Porto Alegre, quarta, 27 de novembro de 2024
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Governo Lula é criticado por criar área para comunidades terapêuticas após pressão de religiosos, por Mateus Vargas/Folha de São Paulo

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Especialistas em direitos humanos dizem que centros voltados a tratamento contra uso abusivo de drogas recebem muitos recursos públicos e pouca fiscalização; ministério diz que revisa decisão. O ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias (PT-PI) - Claudio Andrade/Câmara dos Deputados

 

 

Atendendo a pedidos de entidades religiosas, o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criou um setor específico para comunidades terapêuticas voltadas ao tratamento de pessoas que fazem uso abusivo de álcool e drogas, estruturas incentivadas pela gestão Jair Bolsonaro (PL).

A criação do Departamento de Apoio a Comunidades Terapêutica, publicada na última sexta-feira (20), levanta críticas de organizações de direitos humanos contrárias ao acolhimento geralmente baseado no isolamento, abstinência e religiosidade. Para contornar as pressões, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome passou a afirmar que o setor está sob revisão.

Uma das saídas avaliadas no governo é mudar o nome da pasta para reforçar o discurso de que ela não serve apenas às comunidades terapêuticas, afirmam integrantes do governo que acompanham a discussão.

O departamento não era parte da estrutura inicial do novo ministério. A área foi criada por decreto publicado em edição extra do Diário Oficial da União três dias após a equipe do ministro Wellington Dias (PT-PI) receber representantes dos locais de tratamento. O grupo vinha reclamando da extinção da Senapred (Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas), voltada ao diálogo com as comunidades no governo Bolsonaro.

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