Porto Alegre, sábado, 21 de setembro de 2024
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ARKO ALERTA | A Federação que pode desequilibrar a correlação de forças na Câmara

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© Cleia Viana/Câmara dos Deputados

 

 

Está em negociação nos bastidores da Câmara, a formação de uma federação entre PP, União Brasil e Avante. Caso o arranjo seja concretizado, o grupo terá a maior bancada da Casa, totalizando 113 deputados. Isso significa que sendo oficializada a tempo, a federação teria prioridade nas indicações das comissões, desbancando o PL que tem 99 deputados. Além disso, a federação teria poder suficiente para barganhar cargos em troca de apoio ao Palácio do Planalto, que busca uma base de governo. A costura, no entanto, representaria uma união pelos próximos 4 anos, o que atravessaria duas eleições: uma municipal e uma geral. Essa variável é uma das questões ponderadas por experimentados políticos ouvidos pela Arko. Afinal, será a junção de três diferentes partidos que teriam de enfrentar problemas únicos durante um longo “casamento”.

Portanto, antes de trocarem alianças muita coisa está sendo ponderada. As conversas, atualmente, giram em torno da distribuição das presidências dos diretórios regionais, disputadas pelos correligionários. Os critérios a respeito dessa divisão ainda não estão estabelecidos e cada um defende o que melhor lhe convém, ou seja, sem consenso sobre o tema.

Por que é um alerta
Com a maior bancada, a Federação pode pressionar o governo para acomodar seus indicados na Esplanada dos Ministérios. Vale lembrar que o União tem dois ministros no governo, mas que não contemplam a todos os caciques da legenda. A expectativa é de que, sendo criada, a Federação pleiteie mais espaço e consiga acomodar indicados no segundo e terceiro escalão, e, porquê não, no primeiro.

Alem disso, uma parcela do PP, de Arthur Lira, já manifestou vontade de participar do governo. O criação do grupo daria uma roupagem diferente ao partido do Centrão, que tem como presidente, hoje, o ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira. Ou seja, caso o grupo venha a aderir ao governo, Ciro não poderia ser responsabilizado por traição, já que a comunhão de bens inclui dividir todos os ônus e bônus da relação.

Esses movimentos estão sendo calculados para que o arranjo resulte em mais soluções do que problemas.