Somando-se às desaprovações feitas pela Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace Energia) à perspectiva de um robusto reajuste da margem de distribuição do gás natural da Sulgás, a Fiergs lançou uma nota manifestando-se contra o aumento. Segundo o coordenador do Conselho de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul, Ricardo Portella Nunes, o incremento vai impactar os custos do setor industrial gaúcho, reduzindo a competitividade das empresas. Para a entidade, é necessário reavaliar os cálculos e seria aconselhável refazer a consulta pública sobre o tema.
O comunicado da Fiergs cita que a proposta apresentada pela companhia de gás natural é de um reajuste de 73% da margem de distribuição, que é um dos custos que compõem o preço final cobrado pelo combustível (conforme a Sulgás, o item representa em torno de 11% das tarifas da concessionária, dependendo de cada segmento e faixa de consumo.). Já a Abrace Energia detalha que a sugestão inicial da distribuidora foi analisada pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs) e reduzida para 63,4%, ainda considerada como muito alta pelas entidades.
Estudo técnico da Fiergs, encaminhado à Agergs, indica que o aumento almejado pela Sulgás é tão desproporcional que, só no exercício de 2023, a empresa recuperaria 89% de todos os seus ativos, quando o contrato de concessão lhe garante, no máximo, uma remuneração equivalente a 20% ao ano. “A proposta da empresa é tão extravagante que até deveria ter sido devolvida pela Agergs para ser refeita”, diz Portella.
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