Porto Alegre, segunda, 30 de setembro de 2024
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‘Brasil é o país da esperança e do futuro que nunca chega’, diz presidente do conselho da Renner, por Talita Nascimento/O Estado de São Paulo

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Na visão de José Galló, governo Lula carrega ânimos tão exaltados quanto o de Bolsonaro

 

 

Presidente do conselho de administração da Lojas Renner, que tem mais 22 mil funcionários e somou em receita líquida mais de R$ 13 bilhões em 2022, José Galló considera que os empresários têm pouca voz ativa e inferior ao desejável. Para ele, a polarização do País inibe os líderes de terem uma participação mais propositiva em relação ao poder público. “(O diálogo de empresários com o governo) deve ser com uma posição construtiva, nem de agressão, nem de omissão. O Brasil tem muita omissão”, afirma Galló em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Na visão do empresário, líderes polarizadores escutam apenas os “amigos do rei” e o atual governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) carrega ânimos tão exaltados quanto o anterior, de Jair Bolsonaro (PL). “O ambiente continua o mesmo, com certeza”.

Galló chegou à Renner em 1991, quando a empresa tinha oito lojas e R$ 1 milhão em valor de mercado. Hoje, a rede tem mais de 650 lojas, contando as marcas Camicado e Youcom, e valor de mercado de cerca de R$ 16 bilhões. A empresa chegou a valer mais de R$ 40 bilhões em 2019, antes da pandemia, quando Galló deixou o posto de CEO e assumiu o conselho de administração. Os desafios macroeconômicos recentes provocaram, entretanto, queda de 75,6% no lucro da varejista no primeiro trimestre de 2023. Foram fechadas 20 lojas em um processo de revisão de portfólio no mesmo período.

A Renner foi patrocinadora do Fórum da Liberdade, realizado pelo Instituto de Estudos Empresariais em abril. No evento, em que se discutiu nuances da política brasileira, com ênfase na busca de liberdade econômica e de expressão, Galló afirmou que o País e o mundo passam por um período de mudanças, com um ambiente difícil de navegar. “Notou-se que a forma mais contundente de conquistar pessoas era através do medo e do ódio”, diz Galló, sobre o uso de algoritmos das redes sociais na formação de opinião.

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