Porto Alegre, quinta, 10 de outubro de 2024
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Vida rural e nativismo gaúcho ganham telas, esculturas e desenhos na Expointer

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Exposição de artes no Pavilhão Internacional exibe a mostra "Alma Campeira". Lourdes Maria aprecia obra - Foto: Caio Lorena/Ascom Expointer

 

 

Nem só de bovinos, suínos, equinos, caprinos e outros animais vivos é composta a 46ª edição da maior feira agropecuária da Amérca Latina, a Expointer, em Esteio. A exposição “Alma Campeira” da Estância da Arte, localizada no Pavilhão Internacional, é um atrativo à parte com suas mais de 40 obras sobre a vida campeira em telas, esculturas e desenhos.

São sete artistas assinando os trabalhos da mostra, que está em sua terceira edição e tem curadoria de Marciano Schmitz. E pela primeira vez, as obras de uma mulher estão sendo expostas ao público. Eliana Bonini é natural de Pelotas e reconhecida por retratar de forma detalhada as suas pinturas, aproximando a obra de uma fotografia.

“O sentimento é de felicidade pelo reconhecimento da minha arte. Fiquei surpresa por ter sido a primeira, sempre soube de diversas mulheres que retratam a nossa cultura, a começar pela minha própria mãe. Espero que mais gaúchas divulguem os seus trabalhos e estejam presentes nas próximas edições”, comentou Bonini.

Pelotas, Santa Cruz do Sul, Santo Antônio da Patrulha, São Borja e Canela. Todos os cantos do Rio Grande do Sul representados. Artistas de São Paulo e da Argentina também expõem seus trabalhos. Daniel Henz é um dos produtores culturais da exposição e ressalta os pontos fortes da mostra: por ser aberta e dentro do Parque de Exposições Assis Brasil ela possibilita a circulação em massa de um público já identificado com a temática.

“Uma das questões mais marcantes para nós é a emoção das pessoas, porque quem está aqui na Expointer tem uma relação muito íntima com o campo. Então, elas veem as obras, as paisagens do pampa, a lida no campo e se identificam. Não só nessa edição, mas em todas eu vi várias pessoas chorando porque elas veem que alguns desses personagens pintados remetem a sua infância, parente ou alguém muito próximo”, contou.

Os desenhos são uma novidade nesta edição, que conta ainda com audiodescrição e animação curta para uma obra de cada artista. Para acessar essa interatividade é preciso ler o “QR Code” abaixo da tela e ser redirecionado para a página do vídeo. A acessibilidade às pessoas com deficiência visual está garantida: há trabalhos que contêm uma prancha tátil ao lado na qual é possível sentir a textura e conhecer o que está sendo retratado.

A aposentada Lourdes Maria, 78, viu um informe sobre a mostra na televisão e não pensou duas vezes: queria relembrar a infância em Taquara. “Eu estava comentando com um rapaz: a gente que se criou no interior sente a alma. Aquela montanha, a coisa mais linda. Aquilo dali é vida. Tu lembras da tua infância”, declarou.

A mostra está aberta para visitação todos os dias, das 8h às 20h, até 3 de setembro, quando se encerra a feira.

Veja a lista dos artistas que participam da exposição:

Alexandre Reider;

Eliana Bonini;

Jaime Iserhard;

João Pedro Krech;

José Acuña;

Rossini Rodrigues;

Vasco Machado.