Porto Alegre, sábado, 04 de maio de 2024
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Inter inaugura Sala de Relacionamento Social Gelson Pires. justa homenagem a um grande colorado

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Gelson Pires se considera como um tipo de “voz do torcedor”. Foto: Diego Guichard

Ninguém é mais colorado que ninguém. Conheço muitos apaixonados pelo S.C.Internacional, mas poucos como o “Seu Gelson”. Ele é daqueles torcedores que se tornam emblemáticos e por isso fico muito contente que receba em vida uma justa homenagem do nosso clube do coração. Reconhecido por onde passa como um grande colorado, com seus discursos apaixonados e emocionantes ao Inter… merece esse reconhecimento pelos trabalhos prestados em diferentes cargos no Clube.  Já o assisti em vários lugares e é impossível deixar de pensar no que nos faz colorado. O que é esse sentimento que une milhões de pessoas mundo afora. Eu sempre me emociono com a fala vibrante e e de exaltação feita por ele. O nome dele já está eternizado em placa coletiva no Beira-Rio, mas agora vai ganhar uma merecida homenagem exclusiva. O Internacional inaugura na segunda-feira (25/11) a “Sala de Relacionamento Social Gelson Pires”.

“Seu Gelson”, vive em um apartamento recheado de presentes e homenagens de torcedores, guarda objetos como relíquias. De consulado de Gravataí, por exemplo, conserva uma placa com carinho extra. É que a frase do objeto resume um tanto o sentimento que tem com os torcedores: “És a voz da instituição inflamando a torcida colorada mundo afora”. Nascido em Camaquã, no Sul do Estado, no dia 29 de abril de 1945. Aos 16 anos veio a Porto Alegre para estudar no Colégio do Rosário. Arranjou emprego em uma empresa de importação de arroz. Um dia após receber seu primeiro salário, o atual dirigente se associou ao Sport Club Internacional. A partir daquele momento, nunca parou de pagar sua mensalidade, mês a mês, há 57 anos.

“Desde aquele dia que me associei, nunca deixei de pagar. Seja ganhando, seja perdendo. Sou apaixonado pela instituição Internacional. O resultado de campo é consequência. O Inter só me dá alegrias e felicidade”.

Quando sócio juvenil, Pires só pagava a mensalidade. Porém, na década de 60, quando voltou para o interior, começou a trabalhar pelo Inter. O Colorado instituiu, por meio da vice-presidência de construção do estádio, títulos patrimoniais que os sócios do interior compravam em prestações. Gelson Pires era o cobrador do Clube na cidade de Camaquã. Usava uma bicicleta e percorria os bairros todos os meses para cobrar a mensalidade dos sócios.

“É um orgulho muito grande esse meio século, não só de trabalho e dedicação, mas de amor e paixão. É um orgulho enorme como torcedor, como sócio e como membro da direção há mais de duas décadas”, conta, emocionado.

HISTÓRIAS

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Primeira carteira de sócio, datada de 6 de junho de 1962

Anjo da Libertadores

“Costumo contar sobre a história do Anjo do Beira-Rio. Recebi um e-mail de torcedor que disse ter visto um anjo dentro do Gigante na véspera do jogo contra o São Paulo (dia 16 de agosto de 2006). No meio dos meus discursos costumava dizer que, junto com o Clemer, naquela goleira estava Frederico Arnaldo Ballvé, Ildo Meneggeti, estava o meu pai, que morreu em 1998 e não viu o Inter ser campeão da América e do Mundo. Lá estavam todos os amigos de vocês e também parentes. Com esse discurso, as pessoas se emocionavam nas festas consulares. O que eu queria dizer era que estávamos todos com o Clemer de mãos dadas. O São Paulo poderia passar um mês jogando que não ia fazer gol.”

Emoção nos consulados

“Me emociona trabalhar nas relações sociais. Vejo a recepção que nós temos ao chegar nos consulados do Brasil inteiro. É muito carinho, muita dedicação. Um mar de gente, todos de vermelho. São as crianças, que são o futuro do Internacional. Hoje tu vais nas escolas e a maioria são colorados, usam a camiseta do Inter com muito orgulho. Me gratifica ver aquelas senhoras caminhando entre as pessoas procurando sócios para o Inter. Tudo isso por amor ao Clube. Aqui nada é por acaso, a gente está projetando o Inter para o futuro. As pessoas que aqui não estiverem mais vão deixar para os filhos, os netos, um legado maravilhoso. Um legado vitorioso.”

Campeão do Mundo FIFA na cama do hospital

“Depois de tanta luta, o Inter foi campeão da América e foi disputar a final no Japão. Naquele ano, eu, como sempre lutando contra recursos curtos, consegui fazer um financiamento. Nós, da direção, iríamos viajar no domingo, uma semana antes do jogo. Naquela semana viajamos com consulados e cheguei de madrugada. Pela manhã fui direto para o Gigantinho para participar da eleição do Conselho Deliberativo do Inter. Ao fim da tarde, eu estava ligando para um deles e acabei caindo em um buraco e rompendo os ligamentos de ambos os joelhos. Em dez minutos estava no hospital, fui operado e não fui para o Japão. Deus faz as coisas certas. Não sei se iria resistir à emoção de ser campeão do mundo lá no Japão, naquele inverno rigoroso. Assisti ao meu Inter ser Campeão do Mundo FIFA deitado em uma cama de hospital, assistido por quatro médicos e com a família. Fizemos uma anarquia no Mãe de Deus naquele dia. O hospital ficou enlouquecido.” Mas foi de lá que recebeu a principal relíquia: a manta do Inter que o presidente utilizou por cima da roupa, por causa do frio. – O Carvalho (Fernando Carvalho, ex-presidente) lembrou de mim lá do Japão e me trouxe a manta de presente. É o maior tesouro que guardo comigo.

Memórias Coloradas

“Seu Gelson” tem um livro chamado ‘Como é bom ser colorado – Memórias coloradas de Gelson Pires’. A obra possui pouco mais de cem páginas e conta os momentos mais marcantes da longa história de identificação do dirigente com o Clube. O prefácio é escrito pelo ex-presidente, Giovanni Luigi. (Felipe Vieira com informações e trechos de textos do Site do Internacional e G1)