Porto Alegre, sexta, 20 de setembro de 2024
img

Em pronunciamento, Bolsonaro critica fechamento de escolas, ataca governadores e culpa mídia; por Ricardo Della Coletta/Folha de São Paulo

Detalhes Notícia
Fala do presidente foi acompanhada por panelaços em cidades do país pelo oitavo dia seguido. O presidente Jair Bolsonaro - Pedro Ladeira - 18.mar.20/Folhapress

 

Em seu terceiro pronunciamento em rádio e televisão sobre a crise do novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar na noite desta terça-feira (24) a gravidade da doença. Ele comparou novamente a Covid-19 a uma “gripezinha” ou “resfriadinho” e pediu para prefeitos e governadores “abandonarem o conceito de terra arrasada”, que, para ele, inclui o fechamento do comércio “e o confinamento em massa”. 

“O grupo de risco é o das pessoas acima de 60 anos. Então, por que fechar escolas? Raros são os casos fatais de pessoas sãs com menos de 40 anos.” Bolsonaro também atacou a mídia, que, para ele, criou um ambiente de pavor, e voltou a criticar governadores. A fala do presidente foi acompanhada por panelaços em algumas cidades do país, pelo oitavo dia seguido. 

Em São Paulo, o panelaço ocorreu em bairros como Bela Vista e Santa Cecília, na região central. Nos Jardins, na zona oeste, os manifestantes usaram cornetas para criticar o presidente. Também houve o protesto na Asa Norte, em Brasília, nas Laranjeiras, na zona sul do Rio de Janeiro, e em metrópoles como Curitiba, Porto Alegre, Belo Horizonte e Salvador. 

A conduta de Bolsonaro de buscar a atenuar a pandemia do coronavírus impulsionou esses protestos desde a segunda-feira da semana passada, dia 16. A última vez que o presidente chamou o sistema de rádio e TV para falar à população tinha sido no dia 12 de março, quando ele sugeriu que seus apoiadores não comparecessem a atos de rua planejados para o domingo seguinte, 15 de março. A justificativa era que aglomerações poderiam facilitar a transmissão da Covid-19.

O presidente, no entanto, descumpriu sua própria orientação e, no dia programado para as manifestações, se reuniu com simpatizantes em frente à rampa do Palácio do Planalto. Na ocasião, ele tocou em pessoas, as cumprimentou e tirou posou para selfies.

Clique aqui e lei a íntegra no site da Folha de São Paulo