Porto Alegre, sexta, 15 de novembro de 2024
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Hipopótamos de Pablo Escobar podem estar ajudando ecossistemas da Colômbia

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Estudo defende possibilidade de os estilos de vida de animais estarem restaurando funções ecológicas de espécies que entraram em extinção na era glacial. Os hipopótamos africanos estão prosperando na Colômbia. Foto: Ivan Valencia/Associated Press

Quando Pablo Escobar morreu em 1993, os quatro hipopótamos africanos do chefão colombiano das drogas foram esquecidos. Mas os campos e lagos ao longo do Rio Magdalena os receberam bem. Uma estimativa calcula que sejam hoje entre 50 e 80 animais: já em 2050 podem ser algo entre 800 e 5 mil em um meio ambiente que nunca antes teve hipopótamos. Eles não são os únicos herbívoros surgindo em lugares inesperados.

Na Austrália, camelos selvagens caminham pelo interior. Antílopes são comuns nos pastos do Texas à Patagônia. E porcos selvagens estão por toda parte. O senso comum diz que esses animais estão causando novos impactos, possivelmente negativos, em ecossistemas ameaçados.

Mas um estudo publicado recentemente na Proceedings of the National Academy of Sciences defende a possibilidade de os estilos de vida desses animais e outras espécies exóticas estarem restaurando as funções ecológicas de espécies que entraram em extinção durante a mais recente era glacial.

“Descobrimos que, surpreendentemente, o mundo fica mais parecido com o passado pré-extinção quando são incluídas essas espécies invasoras”, disse o ecologista Erick Lundgren, da Universidade de Tecnologia, em Sydney, Austrália, principal autor do estudo. A partir de 100 mil anos atrás, durante a idade Taratiana, uma onda de extinções acabou com os grandes animais do mundo: os mamutes da Eurásia, os cavalos e preguiças gigantes das Américas e os marsupiais gigantes na Austrália.

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