O governador Eduardo Leite anunciou, em coletiva presencial à imprensa nesta quarta-feira, que irá prorrogar até 30 de abril o decreto estadual que prevê restrições ao funcionamento das atividades econômicas para as regiões metropolitanas de Porto Alegre e da Serra gaúcha. A medida afetará 48 municípios gaúchos. As duas regiões concentram a maior incidência de casos de Covid-19.
As demais cidades do Interior do Estado poderão flexibilizar a abertura de todos os setores do comércio, obedecendo os protocolos de higiene e de proteção. A determinação não abrange atividades escolares, por exemplo, que permanecem suspensas até 30 de abril. “A medida não significa que não tenhamos uma saída. Justamente o contrário. Estamos prorrogando a determinação para que possamos usar esse período para a construção da nova política de distanciamento controlado”, apontou Leite.
Após o vencimento do decreto em 30 de abril, o governo pretende implementar uma “política de isolamento controlada”. Segundo o governador, a estrutura deste novo modelo ainda não está finalizada. Entretanto, antecipou que ela contará com duas frentes: uma matriz de orientações à população e um conjunto de protocolos para o funcionamento das atividades comerciais no Estado.
A determinação do governo foi tomada a partir de dois fatores: as conclusões da primeira etapa de estudo realizada pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel) e os números de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) dos hospitais da rede pública e privada do RS. A demora à adesão das instituições de saúde ao sistema de monitoramento de leitos foi levantada por Eduardo Leite nos últimos discursos. Até a tarde desta quarta-feira, 36 hospitais ainda não haviam inserido seus dados na plataforma digital.
A determinação de restrição total às atividades consideradas não essenciais fez com que gestores de diversos setores e entidades municipais pressionassem o executivo estadual por ações que freassem prejuízos à economia regional. Ainda que o governador reforçasse, em entrevistas, o poder de autonomia dos prefeitos na tomada de decisões “antipáticas” para salvar a economia dos municípios, foram poucos que tomaram a frente e compraram o conflito. Na terça-feira, o prefeito Ronie Mello já havia anunciado a publicação, para hoje, de um decreto municipal que determinou o retorno total e gradual das atividades de Uruguaiana.
Cenário epidemiológico do RS
Até esta quarta, já eram 88 o número de municípios gaúchos que registraram casos confirmados de coronavírus. Já as 19 mortes em decorrência da doença foram registrados em dez cidades distintas, sendo oito delas em Porto Alegre. Conforme o boletim atualizado da Secretaria Estadual de Saúde, a maior incidência de casos por 100 mil habitantes é na cidade de São Domingos do Sul, que possui três casos de Covid-19 até o momento.
Porto Alegre ocupa o ranking da tabela de municípios com 346 casos de coronavírus reportados, seguido de Caxias do Sul com 36 pacientes e Bagé com 28 casos. O Rio Grande do Sul ocupa o 15º lugar em incidência populacional (100 mil habitantes) em comparação com todos os Estados do Brasil.
Conforme dados apresentados pela secretária de Saúde, Arita Bergmann, 59% dos leitos de UTIs de hospitais públicos e privados do Estado encontram-se ocupados.
Cidades da Região Metropolitana de Porto Alegre
• Alvorada
• Araricá
• Arroio dos Ratos
• Cachoeirinha
• Campo Bom
• Canoas
• Capela de Santana
• Charqueadas
• Dois Irmãos
• Eldorado do Sul
• Estância Velha
• Esteio
• Glorinha
• Gravataí
• Guaíba
• Igrejinha
• Ivoti
• Montenegro
• Nova Hartz
• Nova Santa Rita
• Novo Hamburgo
• Parobé
• Portão
• Porto Alegre
• Rolante
• Santo Antônio da Patrulha
• São Jerônimo
• São Leopoldo
• São Sebastião do Caí
• Sapiranga
• Sapucaia do Sul
• Taquara
• Triunfo
• Viamão
Cidades da Região Metropolitana da Serra Gaúcha
• Antônio Prado
• Bento Gonçalves
• Carlos Barbosa
• Caxias do Sul
• Farroupilha
• Flores da Cunha
• Garibaldi
• Ipê
• Monte Belo do Sul
• Nova Pádua
• Pinto Bandeira
• Santa Tereza
• São Marcos
• Nova Roma do Sul