Uma manhã ensolarada em Roma, com céu azul e um agradável calor primaveril. Contudo a pandemia atravessa a capital italiana como uma sombra. As nobres esculturas parecem abandonadas, as praças e ruas estão desoladas, como num fantasmagórico cenário cinematográfico. As animadas hordas de turistas desapareceram, em seu lugar há policiais em cada esquina, fiscalizando o motivo de se estar na rua.
No domingo 26 de abril, a população aguardava com suspense a coletiva de imprensa do primeiro-ministro Giuseppe Conte, torcendo para que o toque de recolher, em vigor há semanas devido ao novo coronavírus, fosse finalmente encerrado em 4 de maio. Muitos ficaram decepcionados: a proibição de circulação imposta desde 11 de março só será suspensa gradualmente, deixou claro o chefe de governo.
“Nem vejo um futuro negro para nós, nem o vejo com óculos cor-de-rosa. Cinzento talvez fosse a cor certa para descrever nossa situação”, comenta o motorista de táxi Claudio. Ele não sabe como pagará suas dívidas do imposto de renda nos próximos meses. Afinal, todo dia tem que esperar horas por um freguês.
“O vírus perdeu o impacto no nosso país, mas mesmo assim pouco falta para a gente morrer de fome. Temos muito medo, porque quando se tem dívidas ou já se pediu financiamento para casa, não se consegue outro empréstimo dos bancos”, queixa-se o romano.
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