Porto Alegre, domingo, 17 de novembro de 2024
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'Presidente dá cambalhota e ele mesmo escorrega', diz FHC sobre atuação de Bolsonaro na pandemia do novo coronavírus, por Ligia Guimarães/BBC News Brasil

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FHC critica polarização do debate sobre papel do Estado na economia, especialmente em situações de crise como a atual. 'Quando chega na hora da onça beber água, como agora, todo mundo vira intervencionista. Todo mundo pede apoio de quem? Do governo. Banco Central'. Image caption

Enfrentando os efeitos de uma pandemia que já deixou mais de 10 mil mortos no país, o Brasil assiste, sem comando, a uma série de desentendimentos políticos sem sentido que tiram o foco da tarefa de salvar vidas, na visão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Para o sociólogo de 89 anos, o presidente Jair Bolsonaro tem se distraído das prioridades lutando contra armadilhas criadas por ele mesmo, em um momento em que a oposição não o ameaça.

“O desentendimento político já vinha de antes, mas agora fica sem sentido: briga sem parar, o presidente dá cambalhota e ele mesmo escorrega. É bastante patético o que nós estamos vivendo”, afirma FHC, que vive o isolamento social em seu apartamento em São Paulo, onde divide os dias entre a escrita e a convivência com a mulher, Patrícia, e a cachorrinha que vive com o casal.

“Eu estive lá [na Presidência] eu sei que é difícil. Eu não gosto de falar levianamente sobre essas questões porque sei que são difíceis. Mas quando o presidente perde o rumo, o país todo fica atônito”.

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A falta de uma figura que fale à população com clareza e liderança em um momento de sofrimento, diz o ex-presidente, torna a crise ainda mais delicada. A decisão de trocar ministros, como o da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, [“evidentemente o novo ministro tem que se informar”] e o da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, gera ainda mais turbulência e torna o governo mais fraco, na análise do ex-presidente.

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