O lançamento do aplicativo “Cortex Aluno” e “Cortex Professor”, ferramenta para integrar professores, pais e alunos da rede pública municipal de Porto Alegre em tempos de aulas suspensas devido ao coronavírus, tem causado dúvidas a respeito de sua eficácia. Segundo a Prefeitura, o projeto de ensino à distância, anunciado nesta terça-feira (2) pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB), beneficiará 40 mil alunos do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, sendo 13,5 mil na etapa inicial do projeto. A dúvida se refere principalmente à capacidade de acesso dos estudantes a computadores ou telefones celulares, considerando o anúncio da Prefeitura de que irá custear a contratação de um pacote de dados com as operadoras de telefonia para que os alunos não tenham custos ao acessar a plataforma Cortex.
Embora enalteça a iniciativa, Isabel Medeiros, presidente do Conselho Municipal de Educação, diz que o projeto é frágil devido à situação de vulnerabilidade da maioria dos alunos matriculados nas escolas municipais da capital gaúcha. “O que a gente aponta como problema principal dessa proposta, é que ela não prevê o acesso dos alunos. Não quero dizer de antemão que não vai funcionar, acho louvável fazer a proposta, mas é insuficiente”, afirma Isabel.
Há cerca de 30 anos dando aulas na rede municipal de ensino, inclusive com experiência no ensino à distância, a presidente do Conselho Municipal de Educação pondera que não basta ter um celular — o ideal seria um computador —, é preciso que o aparelho seja bom para poder baixar e fazer funcionar o aplicativo corretamente, uma realidade distante da vivida nas escolas do município, quase todas localizadas em regiões vulneráveis da cidade.
Leia mais em Sul 21