Porto Alegre, segunda, 16 de setembro de 2024
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Fundação do Itamaraty tentou usar sistema do governo para divulgar palestras de bolsonaristas investigados pelo STF; O Globo

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Palácio do Itamaraty, em BrasíliaPalácio do Itamaraty, em Brasília | MRE

 

 

A Fundação Alexandre de Gusmão (Funag), vinculada ao Ministério das Relações Exteriores, tentou usar sistemas de comunicação internos do governo federal para divulgar a milhões de servidores públicos palestras realizadas por blogueiros bolsonaristas investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Documentos aos quais O GLOBO teve acesso mostram que a tentativa foi feita às vésperas de a Polícia Federal deflagrar uma operação contra os mesmos blogueiros que a Funag tentava divulgar, mas não surtiu efeito. No dia da ação da PF, o Ministério da Economia rejeitou o pedido feito pela fundação.

A Funag é uma fundação voltada para a difusão de temas da agenda da política externa brasileira. Desde que o ministro Ernesto Araújo assumiu o Itamaraty, ela passou a divulgar autores e obras alinhados com a corrente conhecida como “antiglobalista”.

Uma troca de comunicações entre o presidente da Funag, Roberto Goidanich, e o secretário de Gestão e Desempenho de Pessoal do Ministério da Economia, Wagner Lenhart, revela que Goidanich enviou um ofício a Lenhart, em 21 de maio, informando que a fundação realizaria seminários e palestras virtuais com a presença de diversos blogueiros bolsonaristas, entre eles Bernardo Kuster e Allan dos Santos. Ambos são investigados em inquéritos que tramitam no STF que apuram divulgação de notícias falsas, ataques a autoridades e organização de atos antidemocráticos.

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