Porto Alegre, quinta, 26 de setembro de 2024
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A pandemia empodera as Forças Armadas na América Latina; El País

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O papel de protagonismo ocupado pelos militares na região levanta suspeitas quanto às consequências futuras desta concentração de poder. Policiais protestam diante da Quinta Presidencial de Olivos, em Buenos Aires, durante a greve por aumento de saláriosJUAN IGNACIO RONCORONI / EFE

 

 

Um general está à frente do ministério da Saúde no Brasil. O estado de exceção vigora no Equador, Peru e Chile. A polícia de Buenos Aires se rebela por melhores salários. A morte de um advogado pelas mãos da polícia acende a ira popular em Bogotá. Uma operação contra uma festa clandestina termina com 13 mortos em Lima. No México, o Governo se apoia no Exército para quase tudo. As medidas extraordinárias contra a propagação da Covid-19 conferiram um inesperado protagonismo a policiais e militares. Apesar da lembrança ainda fresca das ditaduras dos anos setenta e oitenta, as forças de segurança se apresentam agora como garantes da ordem e, sobretudo, eficientes. Esse papel dos quartéis, entretanto, desperta muitas desconfianças, pelas possíveis consequências futuras de acumularem tanto poder.

A necessidade de controle social empoderou as armas. O fenômeno não é homogêneo na região, mas segue como padrão que os soldados tomaram o controle das ruas. “Nos países onde as Forças Armadas já tinham um papel importante, como Brasil, México, Peru, Bolívia e Colômbia, o coronavírus acentuou esse papel. No caso do México, por exemplo, cederam-lhes até portos e rodovias”, diz o cientista político argentino Fabián Calle, especialista em questões de segurança. Os militares ganharam protagonismo silenciosamente, como se as pessoas vissem no novo status quo uma consequência natural e inevitável da pandemia.

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