Porto Alegre, quinta, 09 de maio de 2024
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RS: PREFEITO DE BUTIÁ CEDE A EXTORSÃO APÓS VIDEO ERÓTICO VIRALIZAR NA INTERNET. POLÍCIA CIVIL INVESTIGA O CASO

Detalhes Notícia
Daniel do PT

 

 

Butiá, uma pequena cidade de 21 mil habitantes, no Rio Grande do Sul vive dias agitados com um caso que ganhou vulto e repercussão nas redes sociais da população local.  Autoridades policiais apuram a veracidade de uma denúncia onde aparecem chantagem, sexo, assédio e política temas que quando vêm à tona incendeiam a opinião pública. As autoridades competentes trabalham para descobrir quem vazou o vídeo o prefeito recém reeleito apareceria realizando sexo virtual.  Sim, é isso mesmo. Vídeos íntimos que dizem respeito à vida pessoal, nada a ver com a administração pública. Ao menos, aparentemente. Na prática, isso respinga na imagem do político. Seja qual for a verdade, estando ele no papel de vítima ou algoz, o estrago já está feito, apesar da vitória de domingo passado.

Daniel Pereira de Almeida, o Daniel do PT, venceu o pleito ao obter 55,61% dos votos e derrotar o emedebista Joel Maraschin, 38,64%, e Barata do PTB  5,75%. A eleição teve 21,4% de abstenção, 5,73% de votos brancos e 3,78% de nulos. Daniel tem 47 anos, casado, ensino médio completo e não declarou nenhum patrimônio ao registrar a candidatura.

Ainda antes da eleição, Daniel cumpriu a promessa de ir às últimas consequências para descobrir quem vazou vídeos onde apareceria realizando sexo virtual. Em uma rápida troca de mensagens Daniel pediu para não falar sobre o assunto que já está sendo investigado: ” Felipe! Agradeço o contato, mas não estou mais me manifestando sobre o assunto por inúmeros motivos, sendo o principal a minha família. Abraço. PREFEITO Daniel Almeida”.

A investigação está a cargo do delegado local da Polícia Cívil, Nedson Ramos, que foi procurado pelo prefeito para registrar a ocorrência no início do mês de novembro. Ele não revela o nome dos envolvidos, mas garante já ter a identidade do autor da gravação. No vídeo que viralizou, uma terceira pessoa filma uma mulher conversando com um homem que pratica atos sexuais. Nas imagens que tivemos acesso,  braços femininos tatuados seguram o smartphone de onde surge a voz do homem que na cidade dizem ser o prefeito em uma videoconferência erótica.

A partir da gravação houve várias tentativas de extorsão contra Daniel Almeida, desde o autor do vídeo a outras pessoas que tiveram acesso ao material. Segundo Nedson, o objetivo da extorsão não era eleitoral e sim pecuniário, crime patrimonial,  “O vídeo teve tanta difusão que até uma quadrilha especializada no golpe do nude – também conhecido como golpe do “tiozão “-  pediu dinheiro, mas não levou, pois ele já estava orientado por nós.” diz o delegado. No entanto antes da orientação, Daniel Almeida teria cedido ao menos duas vezes aos criminosos. Os valores da extorsão não foram revelados, mas o delegado confirma que ele se submeteu e pagou mais de uma vez, “Eu não sei quanto pagou, mas pagou para mais de um criminoso. Quando um recebia, passava o vídeo para outro continuar a extorsão. Daí a complexidade do caso, pois o vídeo passou na mão de vários extorsionários.”.

Sobre a veracidade do vídeo, Nedson diz que até aqui, “O prefeito não contestou, ainda, a autenticidade. Mas, pra nós pouco importa. Estamos investigando uma extorsão.”. Segundo ele, um problema que ocorreu foi a demora no registro de ocorrência, “O prefeito já vinha sendo extorquido e pagando aos criminosos há mais de um mês. Até entendemos pela questão política e eleitoral, mas essa demora fez com que outros criminosos recebessem o vídeo e passassem a extorqui-lo também. Assim, temos várias pessoas para investigar agora, sempre com o devido cuidado para que a imagem e intimidade da vítima não fique mais abalada.”.

Já sobre os prints de mensagens que circularam junto com o vídeo, o delegado diz que ainda estão sendo analisados, “Somente teremos confirmação da autenticidade com a apreensão dos celulares dos investigados para submeter a perícia.” O celular do prefeito Daniel Almeida – que trocou de aparelho e número após o vazamento do vídeo – segue em poder do político, ” O celular dele, neste momento, não seria útil na investigação, pois, como disse, não há contestação da autenticidade do vídeo. Caso haja alguma disparidade de informações sobre os conteúdos, vamos solicitar a apreensão para submeter a perícia.”, diz o delegado.

Já o promotor do Ministério Público Estadual, Diogo Hendges, acompanha o caso, mas ainda não foi demandado por ninguém. Segundo ele, “Vou aguardar mais alguns dias, para ver se chega alguma representação, com eventuais maiores informações sobre os acontecimentos, especialmente por se tratar de fatos recentes. Se não houver, provavelmente será instaurado procedimento, de ofício, para acompanhamento e averiguação do que, efetivamente, ocorreu – e das respectivas consequências criminais das condutas de cada envolvido.”