Porto Alegre, terça, 01 de outubro de 2024
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Em caso inédito em 60 anos, ex-presidente Sarkozy será julgado por corrupção a partir de segunda-feira; RFI

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O ex-presidente Nicolas Sarkozy enfrenta acusações de corrupção e tráfico de influência ao lado de seu advogado e de um magistrado do Tribunal de Cassação. REUTERS/Lionel Bonaventure

 

 

O ex-presidente Nicolas Sarkozy será julgado a partir desta segunda-feira (23) em Paris por corrupção e tráfico de influência no chamado “caso das escutas” telefônicas. Ele será o primeiro ex-chefe de Estado francês a enfrentar um julgamento por essas acusações em seis décadas. O ex-líder de direita de 65 anos, que nega as acusações, prometeu que seria “combativo” no julgamento.

Antes de Sarkozy, outro ex-presidente francês, Jacques Chirac (1995-2007), seu antecessor e durante anos seu mentor político, foi condenado a dois anos de prisão por desvio de fundos, com direito a suspensão da pena, mas sua saúde o impediu de comparecer ao tribunal. Sarkozy governou a França de 2007 a 2012 e enfrenta outras investigações judiciais.

O caso das escutas telefônicas tem origem em outro caso que ameaça Sarkozy. Há suspeitas de que ele recebeu financiamento do regime líbio de Muammar Kadafi durante a campanha presidencial de 2007 que o elegeu. Para investigar essa suposição, a justiça decidiu grampear o telefone de Sarkozy e, assim, descobriu-se que ele tinha uma linha secreta na qual usava o pseudônimo de “Paul Bismuth” para conversar com seu advogado, Thierry Herzog.

Segundo os investigadores, algumas conversas revelaram a existência de um pacto de corrupção. Junto com seu advogado, Sarkozy teria tentado obter informações sigilosas de outro processo aberto contra ele. Os dois homens demonstravam preocupação com uma decisão esperada no Tribunal de Cassação, a respeito das agendas do ex-presidente da República apreendidas no contexto do caso Bettencourt. Sarkozy foi processado por “abuso de fraqueza” sobre a bilionária Liliane Bettencourt, então dona do grupo L’Oréal. Esta ação foi finalmente arquivada por falta de provas. Mas, apesar desse desfecho favorável, o ex-chefe de Estado continuou solicitando a Justiça para evitar que informações contidas em suas agendas reaparecessem em outros casos.

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