Porto Alegre, segunda, 25 de novembro de 2024
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A hora do ARENÃO; Revista Piauí

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DEM e PP, oriundos do partido que deu sustentação à ditadura, elegem 1 140 prefeitos e lideram crescimento da velha direita. Ciro Nogueira (PP-PI) em discurso no plenário do Senado Federal / Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

 

 

Três dias depois das eleições municipais, o senador Ciro Nogueira, presidente nacional do Progressista (PP), postou um vídeo nas redes sociais. Dirigindo-se à câmera, ao som de um jingle de campanha, ele parabenizou os candidatos do partido pelo bom resultado nas eleições. E não era para pouco – o Progressista chegará em 2021 como a segunda maior força política nos municípios brasileiros, com 682 prefeituras conquistadas até o primeiro turno. “O grande resultado alcançado comprova, mais uma vez, a força dos Progressistas” disse. “Aproveito para reafirmar que o partido seguirá compromissado em apoiar seus mandatos, garantindo que os nossos municípios recebam os recursos e façam parte da nossa parceria com o governo federal.” O Partido Progressista, que compõe a direita conservadora, foi o segundo partido com mais vereadores eleitos neste ano. O salto em relação ao último pleito também aconteceu nas candidaturas do DEM, legenda que tem a mesma origem do PP. Estas eleições municipais trouxeram os herdeiros da Arena (Aliança Renovadora Nacional), partido de sustentação da ditadura militar, de volta ao centro do jogo político.

Em 1982, ainda durante a ditadura, duas forças políticas dominavam o cenário municipal. O PDS (que foi mudando de nome e de rosto até virar o atual Partido Progressista), sucessor da velha Arena dos anos da ditadura, comandava mais da metade dos municípios brasileiros. A grande alternativa de oposição era o PMDB, herdeiro do MDB. Também eram da oposição partidos como os recém-nascidos PT e PDT. Um racha no PDS deu origem ao PFL, que se aliou ao PMDB para eleger Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985. Na eleição para governador, em 1986, o PMDB disparou e venceu em 22 dos 23 estados. Nos anos seguintes, os peemedebistas consolidaram sua sólida base municipal e dividiram o protagonismo nas prefeituras com o PFL.

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