Porto Alegre, sábado, 05 de outubro de 2024
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A tropa de choque ataca outra vez; Piauí

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Câmara vai decidir nesta sexta-feira sobre a prisão do deputado Daniel Silveira, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. FOTO: LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS

 

 

“Rejeitado pelo plenário o projeto de resolução destinado à aplicação da penalidade, a respectiva proposição é simplesmente arquivada, com a consequente absolvição do parlamentar processado.” Não poderia ser mais obscuro o pronunciamento por escrito do deputado Arthur Lira (PP-AL) sobre o então colega Eduardo Cunha (MDB-RJ). Era junho de 2016, e Lira figurava entre os homens fortes do emedebista, que àquela altura já rolava ladeira abaixo depois de uma trajetória fulgurante em Brasília. No ano anterior, na presidência da importante Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o deputado do PP tivera papel fundamental para adiar ao máximo a cassação de Cunha.

Foram onze meses de manobras regimentais quase incompreensíveis até que, em setembro de 2016, o cacique do MDB se viu à míngua. Tinha perdido o apoio de mais de 200 dos 267 parlamentares que o elegeram para a Presidência da Câmara no início de 2015. Na sessão que o cassou, 450 deputados votaram a favor da punição, 9 se abstiveram, 42 se ausentaram e apenas 10 avalizaram sua absolvição. Era só o começo. Cunha acabou condenado na Justiça por corrupção e outros crimes, com penas que somam 55 anos de prisão.

Vários sobreviventes da tropa de choque que fez tudo para salvá-lo na Câmara se uniram outra vez, agora para alçar Lira ao cargo que já foi do emedebista. Dos dez deputados que votaram pela absolvição do político carioca, cinco se reelegeram, incluindo o próprio Lira. Dois deles estão engajados na campanha que pretende conduzir o parlamentar alagoano à Presidência da Casa em fevereiro. Dos 42 que se ausentaram para não condenar Cunha, quatro se encontram ao lado de Lira.

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