O tribunal de Evry, na França, examinará na segunda-feira (25) a denúncia feita pela franco-vietnamita Tran To Nga que acusa as multinacionais do setor agroquímico de ter fornecido ao Exército americano o chamado “agente laranja” durante a guerra do Vietnã. A vítima espera que o processo crie uma “jurisprudência” e contribua para a criação de um crime internacional de “ecocídio”.
Tran To Nga, de 79 anos, nasceu na Indochina francesa e lutou pela independência do país, antes de se unir ao Vietnã do Norte. Ela afirma ter sido contaminada pela utilização massiva de pesticidas pelo Exército americano e denunciou as empresas que fabricavam o produto, entre elas Dow Chemical e Bayer-Monsanto.
Ex-combatentes americanos, australianos e coreanos que participaram da guerra do Vietnã, do Laos e do Camboja foram indenizados durante processos realizados entre 1987 e 2013.
“O reconhecimento das vítimas civis vietnamitas criará um precedente jurídico” se a responsabilidade das multinacionais for reconhecida, disse na quinta-feira à imprensa francesa Valérie Cabanes, advogada especialista em direito internacional.
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