O escritor Leandro Haach lança seu primeiro romance policial e nos faz mergulhar na psique do delegado de polícia Leonardo Werther. Enquanto ele viaja pelo metrô que interliga os trechos entre as cidades de Novo Hamburgo até Porto Alegre, desvendamos uma narrativa que, certamente, surpreenderá os leitores desse clássico gênero literário. Todas as personagens que embarcam nesse thriller têm alguma história para contar e deixam um pouco de si nesse trajeto. Leandro diz que há muito tempo almejava escrever um romance policial, “Sempre fui fascinado pela universalidade da literatura de mistério, que pega temas como amor, ódio, vingança e morte e coloca tudo isso no centro de uma trama. Como gosto de pesquisar, e trabalho com isso, de uns anos pra cá passei a estudar personagens, arquétipos e a estrutura das narrativas policiais. O processo de pesquisa foi prático e longo, li muito, falei com pessoas que vivenciam esse meio policial e levei cerca de quatro anos para finalizar a escrita. É um tema que eu gosto, então curti bastante escrevendo, mesmo me sentindo um estranho no ninho. Nesse processo percebi que a história que contamos sempre carrega um pouco da gente. Sem ser um romance pretensioso, acho que um leitor atento entenderá que as questões colocadas vão um pouco além das situações propostas no livro.”
Segundo Marco Cena, editor do livro, cada leitor se transforma num fiel cúmplice à medida que os amores, as histórias e os conflitos pessoais do personagem Leonardo Werther vão sendo revelados. O cenário do livro é quase sempre uma Porto Alegre fria e chuvosa. Quem é gaúcho sabe do que estou falando, e quem não é vai sentir o vento frio cortando em cada esquina desse agosto. É lá que, desde o início, o autor vai revelando com perspicácia os ingredientes de sua história: crimes, investigação, intenções, motivações e revelações surpreendentes. Um conselho? Pegue um lugar na janela.
A arte da escrita e a ciência da mente humana trançaram linhas no texto de Leandro Haach. O próprio Freud escreve diretamente sobre o tema em um texto denominado Escritores Criativos e Devaneio, no qual equiparou uma criação literária a uma brincadeira infantil, no sentido de que, em ambos os casos, há uma reconstrução de um universo interno, em que são reeditadas emoções, frustrações, sofrimentos, desejos. Reeditar, recriar cenários, revisitar personagens e experiências vivenciadas, reposicionando-as em contextos mais aceitáveis ou menos doloridos, talvez estabeleçam um processo Sombras de Agosto 199 de sublimação ou resolução desses conteúdos internos do autor. Da mesma forma, o leitor pode mergulhar nessa jornada que também pode ser lúdica ou até terapêutica, pois sempre nos encontramos, fragmentados ou não, em espelhos do outro, já que nossos dramas e vicissitudes humanas muitas vezes se repetem, mudando conforme as tonalidades da nossa subjetividade. Em Sombras de Agosto encontramos tudo isso. Uma nobre e fidalga intersecção entre Psicanálise e Literatura, espaço onde podemos visualizar o mapa de trajetórias psíquicas e suas configurações em seres humanos tão distintos quanto são suas gêneses de vida.
(Gisele Zuccolotto, psicóloga assina o posfácio do livro)
Leandro Haach que iniciou sua trajetória como escritor em 2018 com o diário de viagem Na Direção das Setas Amarelas – a busca de si mesmo no Caminho de Santiago de Compostela lançado igualmente pela editora BesouroBox apresenta agora seu primeiro romance policial. Já no início da narrativa nos coloca em meio a um homicídio, e aos poucos vai nos revelando conexões que se parecem com os trajetos que realizamos seja nos deslocando no tempo, recordando vivências ou revendo traumas ocultados pela brutalidade do cotidiano. Os aspectos psicológicos de cada personagem se desvelam em nossa frente e nos fazem torcer por algum deles no próximo capítulo. Os aspectos emocionais a que muitas vezes nomeamos de destino, a história tão bem recontada de lugares urbanos conhecidos de Porto Alegre e parte da região do Vale dos Sinos além da pesquisa de fatos e personagens tão próximos da nossa realidade nos dão a impressão de que estamos pisando em solo firme, mas somos passo a passo surpreendidos por Haach num emaranhado de situações. Como diz o editor, Marco Cena, pegue seu lugar se possível na janela e leia essa história porque não será fácil largar o livro antes da última página.
Gaúcho, nascido em Porto Alegre, é graduado em Letras pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS, pós-graduado em Gestão de Pessoas e Mestre em Administração empresarial pela FGV-Rio. Há mais de 25 anos atua na área técnica de cabos sintéticos. Divide-se entre viagens de trabalho e sua família. Leitor voraz e apreciador de bons vinhos, nas horas vagas dedica-se a escrever. A admiração pela obra mais famosa de Miguel de Cervantes e a devoção a Francisco de Assis o levaram a escrever o seu primeiro livro: Na Direção das Setas Amarelas – a busca de si mesmo no Caminho de Santiago de Compostela, lançado em 2018 pela BBOX. Neste livro ele registra seu diário de peregrino 28 dias de viagem e 820 km percorridos de uma maneira diferente. No caminho, novas amizades, descobertas e um recorte histórico revelador de uma viagem voltada ao autoconhecimento.
200 págs 14x21cm ISBN 978-65-88737-28-6 R$ 49,90
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