O Conselho de Ética da Câmara decidiu nesta quarta-feira (24) dar continuidade ao processo contra o deputado Coronel Tadeu (PSL-SP), acusado de falta de decoro por destruir uma charge que denunciava violência policial contra jovens negros em uma exposição sobre o Dia da Consciência Negra em exibição na Câmara em novembro de 2019. A Representação (15/19) foi apresentada pelo Partido dos Trabalhadores (PT).
O relator, deputado João Marcelo Souza (MDB-MA), indicou a continuidade do processo, afirmando ser dever dos integrantes do Parlamento manter a boa conduta nas dependências da Câmara. Muitos parlamentares concordaram com o relator, condenando a atitude do deputado Coronel Tadeu. Em sua defesa, ele reconheceu que exagerou, se disse arrependido e acrescentou que se retratou junto aos organizadores da exposição, prometendo ressarcir os prejuízos.
“A minha primeira intenção não era chegar nesse tipo de comportamento. A minha primeira intenção era levar apenas o quadro. Posteriormente, eu até tomei conhecimento que um outro deputado, também policial dessa casa, ele já havia feito um ofício questionando o porquê daquele quadro. Eu não sabia desse ofício, senão eu não teria feito absolutamente nada”, disse.
Mesmo assim, por 11 votos a 6, os integrantes do Conselho de Ética decidiram acatar o parecer do relator e investigar a conduta.
Arquivamentos
Também foi apreciada representação (12/19) feita pelo PSL contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP). A acusação é sobre postagens de vídeos nas redes sociais com conteúdo ofensivo à deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).
O relator, deputado Eduardo Costa (PTB-PA), pediu o arquivamento do processo, argumentando que o deputado Eduardo Bolsonaro não poderia ser responsabilizado por postagens de outras pessoas. Já a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS) defendeu a continuidade do processo.
“Importa não aceitar a desqualificação de uma mulher, pelo seu corpo, pela sua voz, pela sua intervenção, com postagens machistas e gordofóbicas. Importa aqui garantir que as mulheres tenham condições de igualdade na política e não sejam desrespeitadas sistematicamente”, afirmou Melchionna.
O deputado Eduardo Bolsonaro fez sua defesa afirmando que o assunto era uma questão interna ao partido. Por 12 votos a 3, o arquivamento foi confirmado pelos integrantes do Conselho de Ética.
Também foi votado o parecer sobre representação (16/19) contra a deputada Carla Zambelli (PSL-SP). O tema eram postagens em redes sociais a respeito de discussões sobre a liderança do partido na Câmara. Os deputados confirmaram o arquivamento do processo recomendado pelo relator.
Agência Câmara de Notícias