Porto Alegre, quarta, 09 de outubro de 2024
img

Bolsonaro está entre Guedes e Michelle em projeto que pode elevar gastos em R$ 5 bi; O Estado de São Paulo

Detalhes Notícia
Presidente tem de decidir sobre proposta apoiada pela primeira-dama, que classifica a visão monocular (cegueira de um dos olhos) como deficiência para efeitos legais; nos bastidores, Michelle já articula para ministros não vetarem texto. Michelle convidou uma das lideranças monoculares e que mais trabalhou pela lei para jantar no Alvorada. Foto: Marcos Correa/PR

 

 

Um projeto que classifica a visão monocular (cegueira de um dos olhos) como deficiência para todos os efeitos legais virou um problema para o presidente Jair Bolsonaro. Aprovada no Senado e na Câmara, a proposta conta com o apoio da primeira-dama Michelle Bolsonaro, mas pode se tornar uma bomba fiscal a explodir no colo do governo e dar margem até mesmo para a abertura de um processo de impeachment.

O texto, que aguarda a sanção presidencial, abre caminho para que essas pessoas peçam o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda no valor de um salário mínimo por mês – R$ 1,1 mil. Em análises preliminares, técnicos do governo estimam que cerca de 400 mil pessoas poderão se habilitar ao benefício assistencial caso a proposta seja sancionada, a um custo de pelo menos R$ 5 bilhões ao ano, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

O rombo pode ser ainda maior porque o levantamento considera o critério formal para a concessão do BPC: renda de até um quarto de salário mínimo por pessoa, ou atuais R$ 275. Mas o benefício é um dos mais judicializados, e é comum brasileiros com renda superior, de até meio salário (R$ 550), conseguirem a ajuda. Além disso, a sanção do projeto poderia ter impacto na aposentadoria de pessoas com deficiência, que tem regras mais brandas do que para trabalhadores em geral.

Leia mais em O Estado de São Paulo