A Exposição “Pantanal, a beleza ameaçada” nasce de uma grande e longa amizade, construída a partir de muitas afinidades, entre elas a fotografia.
Em 2018, decidimos que era o momento de realizar uma viagem com o objetivo específico de fotografar vida natural.
O destino escolhido foi o Pantanal mato-grossense, maior planície alagável do mundo, com uma biodiversidade riquíssima, que se espalha pelos estados do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, adentrando também território paraguaio e boliviano.
A primeira expedição, em 2018, levou-nos ao Parque Estadual do Encontro das Águas, em Porto Jofre, ponto final da Transpantaneira, estrada-parque que inicia em Poconé, no Mato Grosso. Logo ao cruzar o portal da Transpantaneira, um sobrevoo de araras azuis anunciou a força e a diversidade daquele maravilhoso, raro e frágil bioma brasileiro. Deslizando de voadeira pelas águas do rio Piquiri e seus corixos, encontramos uma beleza que parecia até irreal, onírica.
No setembro seguinte, partimos para a nossa segunda incursão, explorando a região do Pantanal de Corumbá-MS. Dessa vez, fomos recebidos na entrada da Estrada do Pantanal por um sobrevoo de colhereiros, com seus inconfundíveis bicos e plumagem rósea.
Toda a beleza e a potência da natureza pantaneira estava novamente lá, mas havia um componente novo, tangível, perigoso, desolador: a fumaça nublava o céu pantaneiro, o azul se diluía em cinzas, um estranho halo se formava ao redor do sol.
Os animais que escapam do inferno de fogo sobrevivem à espera da chuva que há de encher o Pantanal novamente. Como milagre, a beleza rebrota, resiliente, mas as cicatrizes ficam.
Essa exposição realiza o sonho de soltar os bichos na urbe, ocupar a cidade com a beleza ameaçada, trazer aos olhos o que está lá existe e precisa de cuidado. É o vislumbre de um Brasil de antes do Brasil, uma conexão íntima com a natureza pujante que persiste e grita. Com a sensível curadoria de Marcos Monteiro, a exposição é aberta, gratuita, democrática, livre e solidária. Instalada a céu aberto, no coração de Porto Alegre, um convite ao olhar, à sensibilidade e à urgente reflexão sobre o futuro dos biomas brasileiros e sua preservação.
“Pantanal, beleza ameaçada” é uma declaração de amor e um manifesto.
Além de um projeto que conjuga arte e educação ambiental, “Pantanal, beleza ameaçada” também é uma ação social que busca levar alimento e esperança em momento tão difícil.
Em parceria com o Banco de Alimentos, as obras expostas serão disponibilizadas para venda, com o valor integral da obra pago direta e integralmente à entidade. Os custos de impressão em fine art das obras serão pagos diretamente à empresa apoiadora com desconto de 30% sobre os valores de sua tabela habitual.
É o próprio Banco de Alimentos quem informa: “Ficamos extremamente felizes com a parceria que ajudará o Banco de Alimentos no momento em que mais precisamos. Atualmente, o Banco de Alimentos de Porto Alegre beneficia 250 entidades carentes, de todos os bairros da nossa capital.
Somente no período de pandemia (últimos 12 meses) o Banco doou dois milhões de quilos de alimentos, o equivalente a 6 milhões de refeições, ajudando 50 mil pessoas na capital. A sua iniciativa ajudará o Banco de Alimentos a seguir a missão de combate à fome, levando mais alimento e esperança para a nossa população”.
