Era 14 de maio de 2021 quando o Major Vítor Hugo começou mais uma de suas lives no Instagram. Antigo integrante das Forças Especiais do Exército, ele se tornou um dos líderes do bolsonarismo no Congresso, eleito deputado federal do PSL por Goiás. O parlamentar lia perguntas de eleitores na transmissão e dava palpites sobre a política e projetos em tramitação quando, quase no fim do programa, resolveu dividir a tela com um de seus apoiadores: Luan Ferreira de Freitas Rocha.
O que poderia ser apenas mais uma rotina na atuação do congressista criou um novo constrangimento para o Comando do Exército no momento em que se discute a punição do general de divisão Eduardo Pazuello por ter participado no dia 23 de maio do comício de Jair Bolsonaro no aterro do Flamengo, no Rio. É que Luan é 3.º sargento de Material Bélico da ativa e trabalha na Companhia de Comando da 15.ª Brigada de Infantaria Mecanizada, com sede em Cascavel, no Paraná.
Luan entrou na live, posto na transmissão por iniciativa do deputado. Está em trajes civis e fala sem esconder a condição de militar da ativa. Para militares ouvidos pela coluna, há desrespeito à cadeia de comando. O sargento tem um jeito de sujeito bem-intencionado, mas faz reclamações públicas ao deputado e conclama os colegas sargentos formados nos anos de 2013 e 2014 a acompanhá-lo no movimento reivindicatório. Ele e o general Pazuello cometeram a mesma transgressão disciplinar, segundo os militares.
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