Porto Alegre, domingo, 20 de outubro de 2024
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RS: “Vacina é um movimento de coletividade”, diz Gabbardo em encontro com a imprensa promovido pela AL

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Foto: Joel Vargas

 

 

O caminho para que a Covid-19 se torne uma doença comum é a vacinação, entre outros fatores, mas isso depende da ação coletiva da população. A afirmação é do médico João Gabbardo dos Reis, coordenador executivo do Centro de Contingência de Combate ao Coronavirus do Governo do Estado de São Paulo, em coletiva de imprensa realizada pela Assembleia Legislativa na tarde desta quinta-feira (24). A conversa com jornalistas de todo o estado antecedeu a terceira edição do seminário “RS PÓS-PANDEMIA”, iniciativa do Parlamento gaúcho, com a condução do presidente, deputado Gabriel Souza (MDB), e participação de representantes de entidades da saúde.

Respondendo aos questionamentos de veículos de comunicação, Gabbardo fez um apelo à população: “não deixem de tomar a vacina, a primeira e a segunda doses. Todas são eficientes e vão colaborar para a retomada gradual da normalidade”, disse ele, que também é médico e já foi secretário estadual da saúde. Apresentando sua experiência na gestão da crise em São Paulo, o especialista destaca que já é possível observar reflexos da vacinação, embora os indicadores de internação e de óbitos ainda sejam altos, sobretudo entre os jovens, contrariando premissas iniciais da pandemia que atribuíam o maior número de casos aos idosos.

Com uma fala ponderada, Gabbardo ressaltou que ainda estamos longe de considerar a Covid-19 uma doença comum, ou seja, quando é possível conviver com a mesma, assim como ocorre com outras enfermidades, como a gripe. “Vamos verificar um efeito substancial a partir da vacinação da população abaixo de 50 anos, garantindo mais imunidade e um nível de transmissibilidade confortável para pensarmos em normalidade”, indica o gestor em saúde.

Ao lado de Gabbardo, os presidentes do Simers, Marcelo Matias; da Amrigs, Gerson Junqueira Jr.; o vice-presidente do Cremers, Eduardo Trindade; e a médica infectologista, prefeita de Cruz Alta e responsável pela área de saúde do município, Paulo Rubin Facco Librelotto, responderam as dúvidas da imprensa sobre os desafios do pós-Covid. Em comum, a preocupação com a demanda das pessoas que, em função da crise, perderam seus planos de saúde e estão migrando para o sistema público de saúde, bem como a demanda reprimida de exames, cirurgias eletivas – que já enfrentavam dificuldades para agendamento -, pacientes sem tratamento ou que vão encarar um diagnóstico tardio e consequente tratamento mais agressivo. “Além disso, teremos como consequência da pandemia uma demanda nova, que não existia, que são os pacientes com sequelas da Covid-19”, alerta Trindade. Na mesma linha, o presidente do Simers chama este grupo de multidão silenciosa. “Uma demanda que ainda não é visível, mas que vai requerer o uso dos serviços de saúde como um todo em breve”, acrescentou Matias.

A saúde mental da sociedade foi abordada pela prefeita Paula. Com a experiência de infectologista, ela revela a apreensão com os transtornos mentais dos profissionais da saúde e da população. “Vi muitos médicos, enfermeiros e técnicos, assim como outras pessoas, adoecendo o corpo e a mente. Precisamos de um olhar atento para esta área”, advertiu. Para isso, as ações para solucionar estes embates precisam ser feitas de forma conjunta, como frisou o presidente da Amrigs. “Saúdo a iniciativa da Assembleia de tratar deste tema e reunir entes envolvidos com a saúde para pensarmos juntos o futuro e as soluções para o cenário que vivenciamos”, afirmou Junqueira Jr..

Debates sobre o futuro pós-pandemia
O seminário “O RS PÓS-PANDEMIA”, idealizado pelo presidente da Casa, deputado Gabriel Souza, integra a série de eventos promovida em 2021 pelo Parlamento gaúcho com o objetivo de ouvir especialistas, discutir alternativas e propor soluções para o futuro da educação, das relações de trabalho, da saúde e da economia. A edição desta quinta-feira abordou dois questionamentos: Quando a Covid-19 vai se tornar uma doença comum? Como o sistema de saúde atenderá a demanda reprimida?, com a presença da secretária de saúde do RS, Arita Bergmann, e participação do presidente da Federação das Santas Casas do RS, Luciney Bohrer e do diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre, Júlio Dorneles de Matos.

“Estamos enfrentando a Covid-19 há cerca de um ano e meio e precisamos entender seu comportamento, quando deixará de ser uma ameaça para a saúde da população e passará a ser uma doença controlável. Na prática, isso significa que os números de infecções, internações e óbitos não serão mais considerados uma emergência sanitária”, explicou o presidente Gabriel.

Reveja pelo link https://www.youtube.com/watch?v=sqtwlR5OxuI.