Porto Alegre, sábado, 18 de maio de 2024
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Pesquisa da ABPA aponta consumo de proteína animal em 98,5% dos lares. Ovo, carne de frango e carne suína lideram ranking, conforme levantamento

Detalhes Notícia

Uma pesquisa encomendada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) ao Centro de Assessoria e Pesquisa de Mercado (CEAP) mostra que 98,5% dos lares consomem algum tipo de proteína animal. O ovo é o principal destaque, presente em 96% das residências pesquisadas. Em seguida, aparecem a carne de frango (94%), a carne suína (80%), a carne bovina (79%), e peixes (65%).

O levantamento foi realizado entre novembro do ano passado e fevereiro deste ano com 2.500 entrevistados em 113 cidades pelo país. Foram mais de 3 mil horas de entrevistas realizadas por 120 profissionais, com foco nos membros com poder de decisão de compra no domicílio, de ambos os sexos, das classes A,B,C,D e E e com idades entre 18 e 65 anos.

De acordo com a pesquisa, 47% dos entrevistados informaram consumir ovos todos os dias. No caso da carne de frango, 54% consomem até três vezes por semana. Com a mesma frequência, 34% informaram consumir carne suína.

Realizada durante o período de pandemia, a pesquisa apontou que o consumo das carnes ocorre especialmente em casa. Questionados sobre a proteína animal mais consumida na residência, 35% dos entrevistados mencionaram o ovo, que foi seguido pela carne de frango (34%), e a carne suína (4%).

Sobre frequência de compra, o levantamento indicou que ovos são adquiridos semanalmente por 24% dos entrevistados, e quinzenalmente por 21% deles. No caso de frango, a compra é quinzenal para 22% e de duas a três vezes por semana para 21%. Enquanto isso, 24% dizem colocar a carne suína na lista todos os meses.

Essas compras ocorrem, predominantemente, em supermercados e hipermercados, seja para carne de frango, carne suína ou ovos. Em segundo lugar, o açougue aparece como ponto de compra para aves e suínos. No caso dos ovos, o mercado de bairro é a preferência.

Considerando a carne de frango, 69% dos entrevistados preferem adquirir o produto em cortes, seguido por frango inteiro (22%). Nove por centro declararam comprar ambos os produtos. Os resfriados lideram as compras, com 55% contra 40% de congelados. E 5% que informam adquirir os produtos nas duas formas.

Para a carne suína, a preferência por produtos resfriados predomina. São os preferidos para 43% dos entrevistados. Congelados são a preferência de 26%. E 31% dos participantes do estudo dizem comprar o produto em outras apresentações. Linguiça, bacon, bisteca, costela, salsicha e pernil são os produtos suínos mais comprados.

Noventa e dois por cento informaram comprar ovos convencionais. Uma parte deles, 36%, também disseram que consomem ovos caipira. Ovos brancos são os mais adquiridos, por 57% dos entrevistados, enquanto 15% adquirem o vermelho e 28% informaram comprar ambos.

Em relação às características dos produtos, 82% consideram a carne de frango uma proteína saudável e 68% veem a proteína como mais prática de se preparar do que as carnes vermelhas. Para o ovo, também 82% percebem o produto como uma excelente fonte de proteína, e 74% ressaltam como um dos alimentos mais completos e de alto valor nutricional. Para suínos, 73% preferem carnes não temperadas.

Alguns mitos ainda perduram. Entre os entrevistados, 59% ainda acreditam no famoso “mito dos hormônios” — houve, entretanto, retração neste índice, que era de 72% em 2012. No caso de suínos, 54% discordam que o produto tem baixo teor de gordura — o que já foi desmentido por diversas pesquisas. Em ovos, há a percepção de que o ovo vermelho é mais nutritivo que o branco.

Sobre os efeitos da pandemia, em média, 22% dos entrevistados informaram ter aumentado a compra de ovos, carne de frango e carne suína. O ovo foi o principal destaque. Dentre os que aumentaram as compras, 37% dos entrevistados aumentaram as compras no período pandêmico. Em frango, este índice chegou a 32% e de carne suína, 5%. Entre as principais razões apontadas estão fatores como preço e aumento do número das refeições nos lares.

Outro efeito foi a compra on-line. As compras de carne de frango, de ovos e de suínos mais que dobraram com  a pandemia. Subiram, em média, de 2% para 5% dos entrevistados realizando suas compras pela internet.

“O levantamento apontou insights importantes, como a necessidade de manter a inovação na apresentação dos produtos e indicativos de que o e-commerce ganhou força. Ainda não é possível dizer se são efeitos permanentes ou demandas de um período pandêmico, mas indicam a forte relação do consumo de produtos com o contexto em que o consumidor está inserido”, avalia Isis Sardella, gerente de marketing e promoção comercial da ABPA, que coordenou a pesquisa.

Focando em anseios de consumo, o principal destaque levantado pelos entrevistados está na embalagem: 39% apresentaram alguma sugestão. Questões como facilidade de higienização, praticidade e segurança no transporte e armazenamento, e embalagens biodegradáveis e recicláveis estão entre as mais apontadas.

“A pesquisa aponta importantes desafios de imagem, como é o caso dos mitos de consumo.  Mas, ao mesmo tempo, indicou grandes conquistas para o nosso setor, como o reconhecimento por 53% deles de que o Brasil é o maior exportador de aves do planeta. São avanços importantes e indicativos de que há ainda muito a avançar”, analisa Ricardo Santin, presidente da ABPA.