Em dezembro de 2018, a diretora da Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Sul (BPE), Morgana Marcon, recebeu um e-mail inusitado da Biblioteca Nacional. Nele, era informado que a Polícia Federal descobriu que uma obra considerada rara estava sendo leiloada. O delegado responsável queria saber se as instituições cadastradas no Plano Nacional de Recuperação de Obras Raras, que reúne registros bibliográficos com raridade justificada dos séculos XV-XIX ou de períodos subsequentes, estavam de posse de seu exemplar. “Na hora corri para olhar, e constatei com alívio que a nossa estava aqui”, diz. A obra se chama Erário mineral dividido em doze tratados, de Luis Gomes Ferreyra, do século XVIII.
Esse é só um exemplo dos livros raros que existem nessa instituição que acaba de completar 150 anos. Segundo Morgana, a obra mais antiga do catálogo é o poema épico Pharsalia, do poeta latino Lucano, com edição datada de 1519. Entre os destaques do acervo de Obras Raras e Valiosas, há uma edição comemorativa de Os Lusíadas, de Camões, de 1819, que tem alto valor por sua reduzida edição de 12 exemplares em pergaminho. Outra obra de estimado reconhecimento é a Divina Comédia, de Dante Alighieri. “Nós temos uma edição comemorativa, de 1921, volume único, capa de couro. Ela é uma edição numerada, restrita a mil exemplares, nós temos a de número 260”, conta. A maioria das obras desse setor são dos séculos XVI, XVII, XVIII e XIX.
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