A máxima “se o produto é de graça, você é o produto” se tornou conhecida para sintetizar o modelo de negócios de gigantes da internet.
Ao usar aplicativos e redes sociais, as pessoas concordam em entregar dados pessoais, que permitem que os algoritmos conheçam, muitas vezes, seus hábitos e desejos melhor que eles mesmas.
Para Eugênio Bucci, jornalista e professor titular da Escola de Comunicações e Artes da USP, essa é só uma parte da história. Em “A Superindústria do Imaginário” (Autêntica), o convidado desta semana do Ilustríssima Conversa argumenta que o que move as big techs, além da coleta de dados pessoais, é o extrativismo do olhar dos seus usuários.
Em vez de usuário, aliás, ele prefere o termo trabalhador. Ao postar uma foto ou rolar o feed de uma rede social, diz, as pessoas estão trabalhando —sem saber disso e sem ser pagas.
Bucci defende que, em um capitalismo movido pela produção de narrativas e imagens, olhar significa participar de mecanismos de fabricação de sentido, como a reputação de uma marca ou uma identidade pessoal.
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