Porto Alegre, sábado, 27 de abril de 2024
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Papa cerca os tradicionalistas da Igreja ao limitar celebração de missas em latim; El País

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Francisco restringe cerimônias que seguem o rito anterior ao Concílio Vaticano II e assim enfrenta o setor ultraconservador que as usava para desacreditar a grande reforma católica. O papa Francisco, durante a oração do Angelus, em 11 de julho, no hospital Policlínico Gemelli, em Roma, onde permanece internado.EUROPA PRESS / EUROPA PRESS

 

 

O papa Francisco surpreendeu nesta sexta-feira com um movimento de pouca relevância prática, mas de enorme significado doutrinal e ideológico dentro da Igreja Católica. O pontífice limitou com um motu proprio (documento papal) a celebração das missas tridentinas (pelo Concílio de Trento), isto é, aquelas oficiadas no rito antigo e anterior ao Concílio Vaticano II. Até agora, os grupos conservadores e do setor mais ultradireitista da Igreja continuavam a oficiá-las dessa forma, já que Bento XVI assim permitiu em um documento de 2007, para evitar mais fraturas como a que havia ocorrido com os lefebvrianos, um dos grandes grupos tradicionalistas. A partir de agora, terão de pedir autorização aos bispos para os celebrá-las e em muito poucos casos serão autorizados.

A medida é altamente insólita porque altera de modo contundente a decisão de seu antecessor (Bento XVI), que ainda está vivo. Além disso, se insere na guerra ideológica que a Igreja atravessa entre as distintas correntes, especialmente a do setor ultraconservador contra Francisco. O rito antigo, em que a missa é oficiada em latim, de costas e com outro missal, ainda é adotado por alguns pequenos grupos de católicos na Europa Central e nos Estados Unidos. Bento XVI havia autorizado que assim fosse, embora teoricamente essa missa estivesse fora da reforma do Vaticano II, porque ele queria acomodar diferentes sensibilidades e evitar mais fraturas, como as que ocorreram quando foi excomungado o bispo francês Marcel Lefebvre, que havia desafiado Paulo VI anos antes com uma missa desse tipo para 7.000 fiéis. Os lefebvrianos foram apartados da Igreja em 1988 por João Paulo II, quando o próprio Lefebvre ordenou quatro bispos.

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