“Estava na cara que iria acontecer isso”, diz, referindo-se aos protestos, o jovem Ariel, sentado em um bicitáxi em Havana Velha e apontando para uma longa fila diante de uma loja que opera com a moeda nacional, de onde acabam de sair com detergente. Há calma no bairro, mas a reclamação de Ariel é a de muitos cubanos, sejam eles trabalhadores do Estado ou do setor privado: pedalando ou sem pedalar, com uma renda normal não dá para viver.
“Se você somar a isso a falta de remédios, o desabastecimento absoluto, as filas de horas, os blecautes e as décadas de sucessivas crises, tudo sem esperanças de que a coisa melhore, aí está a bomba”, opina o jovem, que não quer dar seu sobrenome e diz ter visto “de longe” as manifestações que sacudiram no domingo passado a capital e várias outras cidades de Cuba, causando uma verdadeira comoção nacional. “As pessoas não aguentam mais. Nunca tinha acontecido uma explosão parecida”, assegura.
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