Alçados aos postos de comando do Congresso com o apoio do Palácio do Planalto, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), enviaram na última semana recados diferentes ao presidente Jair Bolsonaro. Em meio à crise entre Executivo e Judiciário, o deputado fez um gesto de boa vontade ao governo — já o senador assumiu o papel de antagonista. Enquanto Lira deu sobrevida ao voto impresso e prometeu pautá-lo em plenário nos próximos dias, Pacheco rechaçou a iniciativa e, sem citar Bolsonaro, disse que aqueles que ameaçam as eleições serão vistos como “inimigos da nação”.
Ainda que ambos tenham alternado momentos de maior ou menor proximidade com o governo federal ao longo dos seis meses em que estão à frente dos cargos, a adoção de tons distintos em um momento de turbulência institucional sinaliza que pautas de interesse do bolsonarismo continuarão tendo alguma acolhida na Câmara — mesmo que sejam derrotadas depois —, ao passo que no Senado a margem para a amplificação do discurso será mais estreita.
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