Em discurso de 18 minutos na Avenida Paulista, na tarde desta terça, 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro voltou a atacar o Poder Judiciário, como já havia feito pela manhã em Brasília, e a criticar prefeitos e governadores pela condução durante a pandemia de covid-19. Aos milhares de apoiadores que lotaram a via, no entanto, o recado foi eleitoral e com um tom, mais uma vez, golpista. O presidente chamou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de “canalha”, pediu para ele “sair” e disse que, a partir de agora, não vai obedecer nenhuma decisão que parta dele. Diante da resposta positiva dos apoiadores, ainda declarou que só deixa o cargo morto e que nunca será preso.
“Não temos qualquer crítica às instituições, respeitamos todas as instituições. Quando alguém do Poder Executivo começa a falhar, eu converso com ele. Se ele não se enquadra, eu demito. No Legislativo não é diferente. Quando um deputado ou senador começa a fazer algo que incomoda a todos nós, e que está fora das quatro linhas, geralmente se aciona o conselho de ética e ele pode perder o seu mandato. Já no nosso Supremo Tribunal Federal um ministro ousa continuar fazendo aquilo que nós não admitimos, um ministro que deveria zelar pela nossa liberdade, pela democracia, pela Constituição e faz exatamente o contrário. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede pra sair”, disse Bolsonaro, referindo-se a Moraes.
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