Roberto Jefferson passou o último ano reestruturando o partido que comanda com mãos de ferro, o PTB, para atrair o presidente Jair Bolsonaro e seus seguidores — reformulou o estatuto para uma linha mais conservadora, expurgou lideranças históricas nos estados e arranjou briga até com a filha por divergências quanto ao uso medicinal da cannabis. Preso desde agosto, ele, no entanto, recebeu dois golpes: na quarta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes o afastou por seis meses do comando da sigla por mau uso do fundo partidário; e, sem mudar uma vírgula do estatuto ou afastar dirigentes, o PL, partido proeminente do Centrão, é o mais próximo hoje de receber Bolsonaro — a filiação chegou a ser marcada para o dia 22, mas foi adiada para que impasses nos estados sejam resolvidos. “Tem muita gente chateada com o Bolsonaro no PTB”, resumiu um integrante da legenda.
Antes de ir para a cadeia, Jefferson chegou a ter pelo menos dois encontros com o presidente no Planalto para falar sobre a filiação partidária. E, no início de outubro, quando estava internado — e preso — num hospital no Rio, ele recebeu a visita de Waldir Ferraz, um dos amigos mais antigos de Bolsonaro.
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