Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Frigoríficos gaúchos operam com déficit de 15 mil bovinos por semana; Jornal do Comércio

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Os frigoríficos estão sendo obrigados a demitir funcionários, a dar férias coletivas, ou a transferir os abates de uma empresa para a outra. Fernando Dias/SEAPDR/JC

 

 

A instabilidade na oferta de bovinos para abate vem comprometendo a indústria frigorífica gaúcha. Não apenas o processamento de volumes tradicionais para o mercado consumidor, mas também a estrutura das plantas e até as condições de empregabilidade nas unidades. De acordo com o Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), o ideal seria um abate médio semanal de 55 mil cabeças, mas, atualmente no Rio Grande do Sul, esse volume está em 40 mil. “Estamos com um déficit semanal de 15 mil bovinos para abate”, afirma o diretor-executivo do sindicato, Zilmar Moussalle.

O levantamento do Sicadergs mostra que os estoques de animais vivos na pecuária gaúcha vêm diminuindo nos últimos três anos: em 2018 eram 12,46 milhões, em 2019 ficaram em torno de 11,83 milhões e, neste ano, está em 10,92 milhões. Para Moussalle, os motivos estão na substituição da atividade pecuária por lavouras como soja e trigo, que dão retorno duas vezes ao ano – somado ao cenário econômico que vem levando à redução do consumo de proteína animal pelas famílias brasileiras.

Para contornar o momento difícil, os frigoríficos estão sendo forçados a dispensar funcionários, transferir abates e, alguns casos, conceder férias coletivas. “A oferta de boi que temos hoje não é equiparada à capacidade que temos de abater. Estamos em um quebra-cabeça para não ter mais prejuízo”, expressa o diretor.

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