Porto Alegre, sexta, 17 de maio de 2024
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Presença de Lula na Argentina tensiona as relações bilaterais com o Brasil; El País

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Ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (à esq), ao lado da vice-presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, e o presidente argentino, Alberto Fernández, posando para foto em Buenos Aires em 9 de dezembro de 2021.Estaban Collazo, Presidencia de la Nación Argentina

 

 

Luiz Inácio Lula da Silva está em Buenos Aires. Sua presença em uma grande manifestação na Praça de Maio, convocada para comemorar a volta à democracia na Argentina e o segundo aniversário do Governo de Alberto Fernández, tensionou as relações com o Brasil. A chancelaria brasileira suspendeu a presencialidade da cúpula de presidentes do Mercosul, prevista para a próxima sexta-feira em Brasília. O Itamaraty, que exerce a presidência pro tempore do bloco, integrado também por Uruguai e Paraguai, informou aos seus parceiros argentinos que todas as reuniões serão por videoconferência. Duas versões circularam pelos corredores do Palácio do Planalto, sede da presidência brasileira. A primeira, oficial, menciona questões sanitárias. A segunda, extra-oficial, é política, e tem a ver com um suposto mal-estar com Buenos Aires pelo convite feito a Lula, que no início de 2022 deve decidir se disputará a presidência contra Bolsonaro.

“Na noite de terça-feira, o Itamaraty oficializou à chancelaria argentina a decisão de realizar a cúpula virtualmente devido à nova cepa ômicron” do coronavírus, que já foi detectada em pelo menos seis pacientes brasileiros, disse uma fonte do Governo de Alberto Fernández. A mesma fonte negou que a suspensão tenha relação com a visita de Lula. “Quanto às versões, o convite feito a Lula se restringe à celebração do Dia Internacional dos Direitos Humanos e da recuperação democrática em nosso país, dois pilares centrais da história moderna argentina”, afirmou. Dez de dezembro é uma data cheia de simbolismo na Argentina. Há exatamente 38 anos, o presidente Raúl Alfonsín prestou juramento como presidente depois de uma ditadura sangrenta. Desde então, essa data é celebrada como a volta à democracia, coincidindo com o dia em que a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Quando a conjuntura justifica, os Governos argentinos celebram também seu próprio aniversário. Na noite desta sexta-feira, o de Alberto Fernández decidiu festejá-lo com toda a pompa, em clima de relançamento de sua gestão.

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