A safra 2021/22 do milho no Rio Grande do Sul está prejudicada. A questão, agora, é saber qual será a dimensão das perdas e torcer por chuvas generalizadas até o final do ano para completar o enchimento dos grãos na lavoura. Com o cenário atual, porém, são raras as projeções otimistas e está configurada a quebra da lavoura de milho.
É difícil mensurar o impacto geral da seca no Estado. O último dado foi divulgado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS), em um levantamento realizado em 29 de novembro, e aponta que pelo menos 29,6% da produção de milho já havia sido perdida no Estado. Desde então, choveu menos do que os produtores gostariam – e precisavam. Algumas lavouras foram quase completamente perdidas.
“Tem uma área que não sei o que vamos fazer. O agrônomo acha que tem que derrubar. Onde choveu um pouco, tem espiguinha muito pequena, e o restante nem saiu a espiga do milho. Na terra vermelha, que é mais seca, as plantas não dão um metro de altura”, relata Felipe José Fior, produtor da região de Marau, no Norte gaúcho.
Felipe perdeu 90% de uma produção na qual ele investiu esperando uma grande colheita, e vai ter complicações para fechar as contas neste ano. “A nossa produção era para resultar em mais de 200 sacas por hectare (ha), e acho que vamos ter umas 20. Eu investi, e investi bastante. Para colher 220 sacas/ha, tive um custo de R$ 5,5 mil por hectare. Nós fizemos seguro agrícola, que cobre a tua despesa, mas a nossa renda a gente estava esperando colher esse ano para poder plantar no ano que vem”, afirma ele. “Para nós, viver mais para a frente é complicado, todo mundo tem uma conta, um negócio que fez, é complicado passar o ano só com isso” lamenta Felipe José Fior.
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