Um dos grandes problemas brasileiros, em meio a uma pandemia, uma guerra com repercussões internacionais e uma eleição tão polarizada é a falta de líderes que comandem os debates, ajustem interesses e deem racionalidade e consequência ao processo. Essa mercadoria andava em falta, mas a carência agora é dramática.
O Brasil já conseguiu reunir no Congresso a direita culta, a esquerda combativa e o centro capaz de garantir o equilíbrio, enquanto os radicais cumpriam seu papel: o de minorias que chacoalham as certezas e tiram a maioria da zona de conforto.
Na Constituinte de 1988, Roberto Campos e Delfim Netto discutindo com Lula e José Genoino, Fernando Henrique Cardoso, Ulysses Guimarães e Mário Covas dando rumos e segurança ao debate, enquanto uma nova leva de políticos articulava e construía o futuro.
Gente que vinha dos movimentos estudantis, sindicatos e meios jurídicos, empresariais ou religiosos, como José Serra, Nelson Jobim e os “capuchinhos”, grupo de centro-esquerda em que brilhava um tal de Dante de Oliveira, que emprestara a ousadia e o nome à emenda das “Diretas-Já”.
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