Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Na busca pelo extermínio do capim-annoni, por Camila Pessôa/Correio do Povo

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Terrenos do Rio Grande do Sul são férteis para a planta invasora, que pode causar perdas de até 50% da produção animal potencial e que é considerada por pesquisadores como um problema difícil de combater. Entre os métodos para diminuir a incidência da praga vegetal, está o controle seletivo com a máquina Campo Limpo | Foto: Kéke Barcellos / Embrapa / Divulgação

 

 

Uma preocupação recorrente entre os criadores gaúchos no outono e no inverno é a perda de peso dos bovinos por conta do consumo de capim-annoni. Essas são estações em que a planta dura, resistente, adaptável e difícil de arrancar se sobressai às pastagens nativas, consumidas primeiro por preferência do gado. Muito fibroso e pouco proteico, o capim tradicionalmente causa má alimentação, o que se agrava nas estações mais frias, quando o porte dele fica menor e a textura mais seca.

A gramínea é nativa de terras africanas e foi trazida ao Brasil na década de 1950, de acordo com a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul Fabiane Lamego. Por ter se adaptado bem ao clima do Sul, a planta é encontrada em regiões do Rio Grande do Sul até o Paraná. “No início, quando foi trazida, ela foi vista como uma oportunidade de nova forrageira porque tem uma boa resistência à seca”, explica Fabiane. “A gente vê nessas épocas de estiagem, no campo nativo principalmente. Todas essas espécies ‘boas’, que foram aproveitadas pelos animais, já morreram, já estão muito debilitadas, e o capim-annoni ainda está ali se desenvolvendo”, comenta.

Em meados do século 20, o otimismo em relação ao capim-annoni foi tanto que a planta foi levada a feiras agropecuárias e teve suas sementes comercializadas entre os agricultores por quase duas décadas. Em 1979, estudos mostraram que se tratava de uma espécie invasora e com baixa qualidade como alimentação animal, o que resultou na proibição de sua venda, recorda Naylor Perez, pesquisador da Embrapa Pecuária Sul.

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