Porto Alegre, terça, 26 de novembro de 2024
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Rentabilidade é atrativo para plantar trigo, por Patrícia Feiten/Correio do Povo

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Principal cultura de inverno no Rio Grande do Sul, plantio do cereal se inicia no final de maio sob a influência positiva da alta de demanda e dos preços aquecidos no mercado externo, mas com o dilema do crédito escasso | Foto: Raoni Locateli / Embrapa / Divulgação

 

 

Quando colocarem as plantadeiras em campo a partir do final deste mês, os agricultores gaúchos começarão a lançar as sementes de uma necessária virada. Após a estiagem que impôs uma quebra histórica à produção de soja e milho no Rio Grande do Sul, devastando lavouras inteiras, a safra de inverno é a aposta para reverter os prejuízos amargados com as culturas de verão. A valorização alcançada pelo trigo desde o ciclo passado e a perspectiva de maior demanda internacional, em meio aos problemas de suprimento decorrentes da guerra entre Rússia e Ucrânia, devem estimular a expansão da área cultivada com o cereal no Estado.

Na safra 2021, o plantio de trigo atingiu 1,17 milhão de hectares e resultou na colheita de 3,4 milhões de toneladas, de acordo com dados consolidados pela Emater/RS-Ascar. O coordenador da Comissão do Trigo da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Hamilton Jardim, acredita que, neste ano, a área de cultivo possa chegar a 1,5 milhão de hectares. “Estamos encerrando uma safra de verão tremendamente prejudicada, e isso vai trazer um baque na receita dos produtores, que estão enxergando no trigo uma recuperação pelo menos parcial de renda”, destaca Jardim.

Para o agricultor, o grande dilema nesta temporada está no financiamento das lavouras – as linhas de crédito subsidiadas do Plano Safra 2021/2022 foram congeladas em fevereiro, e apenas no dia 28 de abril o Congresso Nacional aprovou o projeto de lei que garantiu R$ 868 milhões em recursos extraordinários, no Orçamento da União, para a reabertura das operações. “Crédito no momento oportuno é indutor de tecnologia e alta produtividade, mas o produtor vai plantar de um jeito ou de outro e a área vai crescer”, afirma Jardim.

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