As classes D e E se tornaram mais numerosas na última década e já ultrapassam a soma dos outros estratos sociais brasileiros (A, B e C). Pelo volume, o voto desse eleitorado de baixo poder aquisitivo tem potencial para decidir as eleições presidenciais de outubro. Quando o assunto é política, brasileiros com renda per capita de até R$ 520 consideram que a sociedade continua bastante dividida. Avaliam que não há diálogo construtivo entre quem tem pensamentos divergentes e não se identificam por completo com um dos lados do debate, seja à direita, à esquerda ou ao centro. A chamada terceira via, que busca se consolidar no debate político, tampouco representa uma clara opção de voto para esse grupo.
Essas conclusões fazem parte de uma pesquisa inédita, feita pelo Instituto Locomotiva e obtida pelo GLOBO, com base em 1.315 entrevistas em 142 cidades distribuídas em todos os estados. Presidente da Locomotiva, Renato Meirelles diz que a queda contínua da renda definirá se essa será uma disputa “mais ideológica ou do arroz no prato”.
— Esta eleição será diferente da anterior, que foi antissistema — analisa Meirelles. — As classes mais populares foram ao paraíso e desceram de elevador ao inferno da carestia. O preço desse tombo pode ser cobrado nas urnas.
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