Porto Alegre, quinta, 02 de maio de 2024
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Multiprodução sedimenta caminho do arrozeiro, por Thaise Teixeira/Correio do Povo

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Com relação de troca desfavorável, cultivo de arroz cede espaço para a soja e abre nova fronteira agrícola na Metade Sul do Estado, com crescimento também às lavouras de milho e à integração com a pecuária | Foto: Patrícia Wolf / Divulgação

 

 

O cultivo do arroz, um dos alimentos mais consumidos na mesa do brasileiro, é atividade que exige conhecimento e empenho por parte do produtor. Sempre demandou dos agricultores flexibilidade e inteligência para que a relação de troca entre a produtividade e a rentabilidade no campo valesse a pena. Ora porque o preço da saca de 50 quilos não cobria o custeio, ora porque sobrava oferta no mercado interno, ora porque entrava grande quantidade de arroz no país via Mercosul, ora por conta de estiagem, ora pelo recrudescimento das exigências ambientais.

Chegar à excepcional média de 9 mil quilos por hectare, como foi na safra 2020/2021, quando o Rio Grande do Sul contabilizou 945,9 mil hectares plantados com o grão, é consequência do processo de qualificação da lavoura orizícola, o que não tornou menos desafiador superar a produtividade média (ainda não consolidada) de 8,3 mil quilos por hectare projetada para a safra 2021/2022. No ciclo atual, 957 mil hectares do território gaúcho foram ocupados com o plantio, os quais enfrentaram intensa escassez hídrica.

Com a colheita quase finalizada, a cultura espera totalizar um volume produzido de 7,6 milhões de toneladas. A qualidade dos grãos é considerada boa, embora a grande luminosidade e o calor excessivo do verão tenham provocado abortamento de muitas flores, impedindo as plantas de atingir o máximo desempenho. “Temos queda de 10% com relação aos números do ano passado, mas não em todas as regiões produtoras”, relata o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho. Segundo ele, na Fronteira Oeste e na região Central, produtores chegaram a abandonar áreas semeadas em razão das dificuldades de fornecimento de água para os sistemas de irrigação. Na região Sul, Planície Costeira Interna e Planície Costeira Externa, a safra é boa.

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