A preocupação do governo com a lei eleitoral tem travado medidas na área econômica no momento em que elas poderiam ajudar a popularidade do presidente Jair Bolsonaro (PL) na corrida pelo Palácio do Planalto.
As medidas foram desenhadas para dar alívio tributário a pessoas físicas e empresas, facilitar o acesso a crédito e até atrair capital estrangeiro ao país. Com as incertezas sobre possíveis infrações à legislação neste ano, as iniciativas têm sido analisadas com mais cautela –e, como consequência, parte já foi descartada.
A iniciativa mais comprometida é a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, promessa feita por Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. O então candidato havia anunciado que ampliaria a isenção para todos que ganham até R$ 5.000 por mês, depois disse que a medida seria mais restrita e, agora, nada deve sair do papel.
De acordo com integrantes da área econômica, a ampliação da faixa de isenção neste ano criaria uma gratuidade a parte da população –o que poderia ferir a legislação. A medida poderia ajudar a popularidade de Bolsonaro enquanto ele aparece na segunda posição das pesquisas, mas não é mencionada mais pelo governo nem como parte da “minirreforma tributária” costurada atualmente entre governo e Congresso.
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