Porto Alegre, domingo, 05 de maio de 2024
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Constituinte do Chile entrega hoje nova Carta sem alcançar pacto que una sociedade. por André Duchiade/O Globo

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Pesquisas indicam rejeição ao texto, mas analistas avaliam que ele será aprovado no plebiscito de setembro, por falta de alternativa. Mulher passa por um grafite que pede uma nova Constituição em Santiago, no Chile Rodrigo Arangua / AFP

 

 

A Constituinte do Chile concluiu seus trabalhos, mas as fraturas políticas que em outubro de 2019 levaram o país às maiores manifestações de sua História seguem sem cicatrizar. Se no referendo de convocação teve o apoio de quase 80% dos chilenos, a Convenção Constitucional, liderada pela esquerda, perdeu crédito em seus 12 meses de trabalho, e hoje a opção de rejeitar o texto da nova Carta no plebiscito programado para 4 de setembro lidera as pesquisas.

Na manhã desta segunda, o documento final será entregue ao presidente Gabriel Boric, em uma cerimônia simbólica. Os trabalhos de fato acabaram na terça-feira, após sessões finais incendiárias. Nos últimos discursos, constituintes de direita, que não alcançaram um terço dos assentos para ter poder de veto, acusaram a esquerda de desperdiçar uma oportunidade histórica de fazer uma Carta que unisse o país. Uma delas, Rocío Cantuarias (Evópoli), disse que via nos pares “aspirantes a revolucionários russos, ditadores africanos, guerrilheiros caribenhos, mas nenhum trabalhador chileno”.

Já constituintes independentes — em meio a algumas vozes mais sóbrias — defendiam com fervor o texto. Dayyana González, da Lista do Povo, afirmou que “a origem desse processo está na revolta, nas barricadas e na legitimidade do fogo”. A independente Bessy Gallardo acusou opositores de serem feitos de “miséria humana”. Aprovado o texto, muitos cantaram “o povo unido avança sem partidos”.

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