Porto Alegre, quinta, 28 de novembro de 2024
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Bolsonaro aposta na força dos seus generais para reverter cenário eleitoral cada vez mais desfavorável, por Marcos Strecker e Ana Viriato/Isto É

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O presidente aposta todas as suas fichas na força dos militares para reverter a situação cada vez mais desfavorável no cenário eleitoral. Os generais Walter Braga Netto e Paulo Sérgio Nogueira estão na linha de frente da estratégia para desacreditar o processo eleitoral, o que leva o Congresso americano a discutir sanções ao País pela interferência fardada. General Braga Netto na Câmara, em agosto passado: o vice conversa com empresários e dá recados sobre urnas eletrônicas (Crédito: MATEUS BONOMI)

 

 

Em meio às investigações contra a invasão do Capitólio no ano passado, estimulada pelo ex-presidente Donald Trump para contestar a vitória de Joe Biden, o Congresso americano debate a inclusão no próximo orçamento de Defesa, a ser aprovado nos próximos meses, cláusulas que devem punir o Brasil no caso de os militares interferirem no pleito de 2 de outubro. Uma lei proposta por parlamentares democratas pede que o governo americano investigue se as Forças Armadas brasileiras estão interferindo no pleito. Ela estabelece que os EUA vão considerar uma tentativa de golpe de Estado ações visando parar ou obstruir a contagem de votos por autoridades eleitorais, manipular ou reverter os resultados das eleições, questionar os resultados e encorajar, incitar ou facilitar manifestações presenciais ou contestações ao processo eleitoral.

É um alerta de como os EUA consideram séria a possibilidade de os militares brasileiros agirem para subverter os resultados por orientação de Bolsonaro. Dando razão a esses temores, o presidente reforça seu time armado. O presidente frustrou a ala política do seu comitê e escolheu para o posto de vice em sua chapa no dia 1º um dos militares mais fiéis e radicais de seu entorno, o general Walter Braga Netto. Uma das razões, é claro, é a ideia de o presidente se blindar contra um impeachment em um eventual segundo mandato. Sem traquejo político nem apoio entre parlamentares, Braga Netto seria uma espécie de antídoto natural contra uma eventual tentativa de os congressistas investirem na troca do presidente. Mas essa não é a principal razão para Bolsonaro ter confirmado o militar na sua chapa. Ele ajuda a associar Bolsonaro às Forças Armadas. O presidente aposta todas as suas fichas na força dos militares para reverter a situação cada vez mais desfavorável no cenário eleitoral, já que nem a PEC Kamikaze nem as bilionárias benesses eleitoreiras têm conseguido alterar os números das pesquisas que apontam Lula com grandes chances de levar no primeiro turno.

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