Porto Alegre, terça, 07 de maio de 2024
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Bares e restaurantes gaúchos alcançam melhor resultado do ano em junho, aponta pesquisa da Abrasel

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Comida servida em restaurante em Brasília.

 

 

Um dos setores mais afetados durante a pandemia segue dando indícios de uma retomada econômica. De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), mais da metade dos estabelecimentos gaúchos tiveram lucro no mês de junho, registrando o melhor desempenho de 2022 e um índice superior à média nacional de 37%. Entre os bares e restaurantes no prejuízo, o percentual que já foi de 60% em janeiro caiu para 19% no levantamento mais recente. “Os dados indicam uma boa melhora, mas ainda há muita preocupação com a inflação e aumento de insumos”, ressalta João Melo, presidente da Abrasel no RS.

O movimento do turismo nos meses de junho e julho, assim como a vontade do público de sair mais, são os fatores apontados para a melhora no desempenho. Outro dado que traz esperança para o ramo de Gastronomia é o que aponta que 35% dos bares e restaurantes pretendem contratar novos funcionários até o final do ano.

“É um indício de crescimento e reestruturação após o período mais grave da pandemia. O setor voltando, novos empregos sendo criados, a mão de obra voltando à ativa. Até o final do ano, devemos ter mais contratações ainda”, contextualiza João Melo.

Apesar do bom resultado, a inflação segue sendo o grande desafio para os empreendedores do setor de Alimentação Fora do Lar. A pesquisa da Abrasel revela que 67% dos estabelecimentos não conseguiram repassar o aumento de custo, sendo que mais da metade fez reajustes abaixo do índice oficial e 13% não conseguem reajustar o cardápio.

O presidente da Abrasel no RS alerta que não repassar os custos, pode ser muito prejudicial ao empreendimento. “É importante que o empresário saiba que sem repassar custos, a tendência é que seu negócio feche no curto prazo. Ele pode não sentir a perda de faturamento agora, mas com o tempo é um risco muito grande”, explica.

Para tentar superar os reflexos do aumento de custo, João aponta alternativas como readequação do cardápio, troca ou redução de produtos que tiveram um aumento expressivo e ênfase em contenção de perdas, que podem auxiliar na saúde financeira de bares e restaurantes.

Dados da pesquisa:

– 54% dos estabelecimentos gaúchos tiveram lucro em junho. 19% trabalharam com prejuízo e 26% ficaram em equilíbrio.

– 67% não conseguem repassar os custos da inflação. 54% dos entrevistados dizem ter feito reajustes, mas abaixo da inflação. Outros 13% não conseguiram reajustar o cardápio. 33% reajustaram conforme o índice oficial e nenhum estabelecimento afirma ter feito reajuste acima da inflação.

– 35% das empresas pretendem contratar novos funcionários até o final de 2022. Outras 55% esperam manter o quadro de empregados atual e apenas 9% têm a intenção de demitir funcionários no período.

– 84% têm empréstimos contratados. Entre os que fizeram empréstimos regulares, 14% têm parcelas em atraso. Dos que pegaram dinheiro via Pronampe a inadimplência é de 12%. A média de comprometimento do custo mensal com pagamento de dívidas bancárias é de 14,1%.