Porto Alegre, quinta, 02 de maio de 2024
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Artigo: Setembro amarelo - a vida é sempre a melhor escolha; por Márcia Surdo Pereira*

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Compartilhar experiências e ajudar a buscar soluções podem ser o caminho. Foto: SESI

Ansiedade e depressão. Termos que, antes menosprezados, hoje fazem parte do cotidiano e do diagnóstico de milhões de pessoas no mundo. De crianças a idosos, homens e mulheres. As estatísticas estão aí para comprovar: dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que os casos de ansiedade e de depressão aumentaram 25% no globo, só no primeiro ano da pandemia de COVID-19. Diante disso, a OMS acionou um alerta para que todos os países prestem mais atenção na saúde mental de suas populações e planejem ações para modificar esse cenário.

É preciso levar essas recomendações a sério. O suicídio já aparece como uma das 20 principais causas de morte no mundo. O isolamento social cobrou um enorme preço à saúde mental. Provavelmente, devido à mudança brusca de rotina na vida das pessoas, associada a, muitas vezes, falta de disponibilidade e acesso a serviços de saúde.

Para evitá-lo, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) promovem tradicionalmente o Setembro Amarelo que, neste ano, em meio a tantas incertezas para a humanidade, traz o lema: a vida é a melhor escolha! E fica a pergunta: mas de que forma podemos auxiliar alguém que apresente tendências a desistir da própria vida?

Fique atento a alguns sintomas: tristeza profunda, distúrbios do sono, pensamentos negativos, desinteresse e apatia, baixa autoestima, desleixo com a aparência, dores físicas, rejeição,  irritabilidade, choro frequente, falta de vontade de fazer atividades simples, mudanças comportamentais bruscas, rejeição a determinados assuntos, pensamentos e planos negativos, além do uso de drogas.

Compartilhar experiências e ajudar a buscar soluções podem ser o caminho. No Moinhos de Vento, disponibilizamos consultoria psiquiátrica nas unidades de internações clínicas e pacientes psiquiátricos que chegam no serviço de urgência. Também existem serviços como o Centro de Valorização da Vida (CVV), que atende gratuitamente através do telefone 118, assim como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e, até mesmo, o pronto-socorro de hospitais e ambulatórios de universidades. A terapia também é uma alternativa e não deve ser um privilégio de poucos.

Com respeito e empatia, todos podemos ajudar quem precisa, apoiando aqueles que estão passando por uma crise. Nossas ações, não importa quão grandes ou pequenas, podem fornecer esperança àqueles que estão lutando.

*Médica psiquiatra do Serviço de Psiquiatria do Hospital Moinhos de Vento