O avanço da fronteira agrícola, somado ao desmatamento dos biomas, fez com que o Brasil perdesse aproximadamente 513 mil km² de áreas nativas nas últimas duas décadas — o equivalente a 6% do território do país ou à soma dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Sergipe. Os dados são da pesquisa Contas Econômicas Ambientais da Terra: Contabilidade Física, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Apenas nos últimos dois anos apurados (2019 e 2020), foram perdidos 23.368km² de campos e regiões naturais, uma área maior que a de Sergipe. Do total, foram desmatados 13.527km² de biomas no biênio e quase 70% disso é resultado de ocupações em áreas nativas — outros 39,2% viraram pastagem com manejo. Da vegetação campestre, que inclui o cerrado, quase a totalidade foi destinada para o cultivo agrícola e de alimento para o gado.
Durante todo o período de monitoramento, a área agrícola cresceu 50,1%, cerca de 229,9 mil km². Já a atividade de pastagem com manejo subiu 27,9% no período. “A pesquisa mostra uma tendência de expansão de áreas agrícolas sobre vegetações campestres e pastagem com manejo, além de um crescimento da pastagem com manejo sobre as vegetações florestais”, explicou a gerente da pesquisa, Ivone Lopes Batista.
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