Os primeiros atos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelam que a Polícia Federal passará a ter um poder maior sobre o controle de armamentos no Brasil. Conforme o decreto publicado pelo governo nesta segunda-feira (2), o órgão vai realizar um grande recenseamento das armas em circulação no país, num período de dois meses. Com a medida, a PF acumula atribuições antes reservadas ao Exército, que é responsável atualmente pelo cadastro de Caçadores, Atiradores Esportivos e Colecionadores. O arsenal em posse de CACs experimentou um crescimento exponencial durante o governo de Bolsonaro.
Uma “varredura” será feita em todas as armas adquiridas a partir de 7 de maio de 2019. No início daquele ano, a gestão anterior editou os primeiros decretos flexibilizando a posse, o porte e a compra de armas. Desde então, o mercado cresceu. Sob Bolsonaro, os CACs chegaram a ser autorizados a comprar até 60 armas, algumas de uso restrito, como fuzis. Investigações da própria PF mostram que, depois disso, armas compradas por meios legais foram parar na mão de facções criminosas.
— O recadastramento vai contribuir para identificar essas situações. Em alguns casos, a apresentação física das armas será imprescindível. Um dos efeitos do “liberou geral” foi a facilitação desse e de outros crimes — disse o novo ministro da Justiça, Flávio Dino, ao GLOBO.
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