Porto Alegre, sexta, 22 de novembro de 2024
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Tratar impeachment de Dilma como ‘golpe’ não ajuda o País, diz Miguel Reale Jr., por Isabella Alonso Panho/O Estado de São Paulo

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Jurista critica declaração de Lula na Argentina sobre processo de afastamento da ex-presidente. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante viagem à Argentina Foto: Agustin Marcarian/Reuters

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, 24, durante viagem à Argentina, que o impeachment de Dilma Rousseff foi um “golpe de Estado”. A declaração, contestada por juristas ouvidos pelo Estadão, foi dada durante ato em Buenos Aires, com a presença do presidente Alberto Fernández.

“Vocês sabem que depois de um movimento auspicioso, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado e derrubou a companheira Dilma Rousseff, a primeira mulher eleita presidente da República do Brasil”, afirmou Lula.

Dilma sofreu impeachment em 2016 por promover “pedaladas fiscais”, prática revelada pelo Estadão que consiste em manobras contábeis feitas pelo Executivo para cumprir metas fiscais.

Para ex-ministro da Justiça Miguel Reale Jr., um dos autores do pedido de impeachment de Dilma, a declaração de Lula é inoportuna. “Houve um processo regular previsto na Constituição, tendo a OAB federal também entrado com igual pedido em face do desastre da recessão que jogou o país na miséria. O PT entrou com mais de cem pedidos de impeachment contra FHC. É uma narrativa que não ajuda o país agora”, disse o jurista, que apoiou Lula no segundo turno da eleição de 2022.

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