A atuação nos casos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nas disputas empresariais dão a Cristiano Zanin precedentes jurídicos que podem ser usados como trunfos pelo advogado em uma eventual indicação ao Supremo Tribunal Federal. Na Lava Jato, não faltam advogados que exploraram o caminho usado pelo defensor do petista para conseguir decisões com o fim de trancar ações contra outros réus. O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), citou, por exemplo, nulidades que beneficiaram Lula para conseguir a anulação de sua própria ação penal por corrupção e caixa dois.
No direito empresarial, também há precedentes que robustecem o currículo de Zanin. No entanto, com 22 anos de carreira, além de ser visto como um candidato jovem, o advogado de Lula não tem o mesmo estofo acadêmico que outros adversários relevantes nesta disputa. Alguns deles também gozam de certa proximidade com Lula, ou, no mínimo, do apoio de juristas ligados ao presidente.
O Estadão apurou que, politicamente, Zanin tem o privilégio do contato direto com o presidente. Zanin já recusou ministérios, mas deu, nas entrelinhas, um recado a Lula de que aceitaria ser considerado para os tribunais ao dizer que não assumiria uma pasta, mas que pretendia continuar atuando no Sistema de Justiça. Já outros candidatos enviam sinais ao petista por meio de terceiros.
Lenio Streck
Na lista, está também Lenio Streck, de 67 anos, procurador de Justiça aposentado, professor de hermenêutica e Direito Constitucional. De perfil garantista, e também ligado ao Prerrogativas, grupo de advogados que despontou criticando a Lava Jato, ostenta o currículo de mais peso do ponto de vista acadêmico. Autor de mais de 60 livros, é um dos mais citados acadêmicos em Direito Constitucional do País. Na condição de amicus curiae, Lênio foi um dos advogados no julgamento que derrubou a prisão após segunda instância, em 2020. Entre os beneficiários, estava Lula, então preso na Lava Jato.
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